Política

“Diretas Já não era bagunça”, afirma Leonelli

Bocão News
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ex-secretário de Turismo da Bahia fala sobre os 30 anos de ato nacional   |   Bnews - Divulgação Bocão News

Publicado em 29/01/2014, às 20h17   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Em entrevista concedida à Folha de S. Paulo, no último dia 25, o ex-secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli (PSB) falou sobre a campanha das Diretas Já, que completa 30 anos em 2014 e pode ser considerado um dos atos mais importantes na história do Brasil.


Na publicação, Leonelli recorda a admiração mútua entre os que se ‘espremiam’ no palco e quem tomava o chão da praça. "O assunto principal do palanque era a multidão, enquanto o assunto principal da multidão era o palanque", disse.

Domingos Leonelli, ao falar sobre a emenda Dante Oliveira, segundo publicação, afirmou que a campanha nasceu no Parlamento, no primeiro semestre de 1983. “Foi uma proposta de um pequeno grupo de deputados do PMDB para fazer uma campanha popular em torno do Dante de Oliveira, que coletou assinaturas pra essa emenda no primeiro mês de janeiro de 1983. Havia outras emendas, mas essa foi a primeira a ser apresentada. E era a emenda mais simples, restabelecendo o voto direto para presidente”. Segundo Leonelli, houve muita resistência inicial porque era uma mudança de tática da oposição.

Questionado sobre a união da oposição, ele lembra que o primeiro comício em junho de 1983, em Goiânia, correspondia a uma disputa de lideranças políticas. A bandeira das Diretas Já foi abraçada por Ulysses Guimarães. Os governadores resistiram no início, mas depois compreenderam que a bandeira unificava o PMDB.

Para Leonelli, o comício da Sé foi “monstruoso, muito bonito, cuja organização envolveu todas as lideranças do PT, do PC do B, do PMDB. O mais importante de tudo das Diretas Já é que, se a emenda tivesse sido aprovada, seria a primeira revolução democrática brasileira”, mas reforça “que teria sido um fato fundador da democracia brasileira. E aconteceu o contrário, repetindo a história: as elites permitindo ao povo o direito de votar para presidente”.

O ex-secretário de Turismo da Bahia diz ainda que, “a Diretas Já foi realizada de forma absolutamente pacífica. Nós precisávamos dizer à ditadura que não era bagunça, baderna. Precisávamos desmentir a ditadura de que era baderna. A campanha não registrou absolutamente nenhum incidente de violência”, encerra.

Durante entrevista, Leonelli lembra também do livro lançando no ano de 2004 em que ele foi co-autor. Intitulado "Diretas Já: 15 Meses Que Abalaram a Ditadura", a obra de 639 páginas foi escrita com o autor da emenda da eleição presidencial imediata, Dante de Oliveira, morto em 2006.

Com informações da Folha de S. Paulo. 

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