Política

8 de janeiro: Exército Brasileiro sabia da gravidade na véspera dos ataques

Marcelo Camargo / Agência Brasil
Era público que alertas haviam sido produzidos pela Agência Brasileira de Inteligência sobre a gravidade já na véspera  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo / Agência Brasil

Publicado em 26/08/2023, às 09h40   Cadastrado por Edvaldo Sales


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A gravidade da crise em formação em Brasília no dia 7 de janeiro deste ano, véspera dos ataques golpistas contra as sedes dos Três Poderes na capital federal, já estava no radar da cúpula do Exército Brasileiro. As informações são da Folha de S. Paulo.

De acordo com o jornal, era público que alertas haviam sido produzidos pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), subordinada ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Esses relatórios eram difundidos a diversos órgãos, inclusive o CIE (Centro de Inteligência do Exército). Mas a entidade militar produziu relatos próprios, que chegaram informalmente a integrantes de sua cúpula ao menos no sábado anterior aos ataques.

A Folha teve acesso a algumas dessas mensagens, que foram enviadas por WhatsApp e não por meio de informes oficiais. A reportagem diz que aqueles que as receberam confirmam que houve hesitação em agir, em parte porque pela ordem estabelecida era o GSI o responsável em solicitar reforço de tropas ao CMP (Comando Militar do Planalto), o que não aconteceu.

Ainda segundo a Folha, fontes relataram que houve uma prontidão extraoficial decretada, mas não foi o suficiente.

Nas mensagens do CIE, que podem ou não ter em sua origem os relatórios da Abin, é descrito o já conhecido roteiro do 8 de janeiro, diz a reportagem. Havia uma agitação moderada no acampamento em frente ao QG do Exército, mas os reais reforços golpistas para a "festa da Selma", senha informal do ataque, vieram em forma de ônibus bancados por empresários bolsonaristas de diversos estados.

A Folha questionou o Exército sobre as mensagens e os encaminhamentos subsequentes, mas não houve comentários.

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