Política

Imposição da prefeitura pode fechar entidade que cuida de crianças em Barreiras

Imagem Imposição da prefeitura pode fechar entidade que cuida de crianças em Barreiras
850 crianças e 57 funcionários podem ficar sem aulas e emprego  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 18/03/2014, às 09h35   Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)


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Há 27 anos cuidando de crianças carentes e portadoras de deficiência, a instituição Lar Emanuel, em Barreiras, pode fechar as portas. Destaque pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a entidade recebia recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) para manter uma equipe de 57 profissionais. Entretanto, desde o início do ano a prefeitura de Barreiras não repassa os recursos para a escola.

De acordo com a diretora, Meire Santana, todos os anos o convênio com a prefeitura é renovado, porém em janeiro de 2014, o prefeito Antônio Henrique Moreira (PP) informou a necessidade de fazer um reordenamento com os concursados municipais a fim de realocá-los na entidade. Porém, para contratar os novos funcionários cerca de outros 13 teriam que ser demitidos do Lar Emanuel, o que vem causando revolta nos profissionais, direção e pais dos alunos.

“Eles [prefeitura] dizem que precisam organizar, mas querem é desorganizar a nossa instituição que há anos já está organizada”, completa a diretora. Ainda segundo a gestora, na tarde desta segunda-feira (17), o secretário municipal da Educação, Cosme Carvalho, informou que, caso a entidade não aceite a proposta haverá retaliações. “Ele nos trouxe um documento para assinar, uma declaração de distrato, mas não assinamos porque iremos encaminhar para o nosso setor jurídico. Eles disseram que se não assinássemos iriam bloquear o recurso. Fizeram uma ameaça dizendo que iria entrar no sistema do Ministério da Educação e cancelar o cadastro da instituição”, denunciou.



Para tentar resolver o impasse e não deixar os 850 alunos sem aulas este ano, a direção da instituição resolveu solicitar doações aos pais dos estudantes – R$ 70 mensais até o fim do mandato do pepista. “Nesta gestão será praticamente impossível resolver porque a prefeitura está irredutível”, acrescentou a dirigente.

Nas redes sociais, a deputada estadual Kelly Magalhães (PCdoB) aproveitou a situação para criticar a ação do prefeito. Para ela, o pepista agiu de forma descabida e insensata. “Lá não é uma escola do município, é uma entidade convencida que presta bons serviços educacionais para as crianças daquela região da cidade. Além de funcionar como escola e se destacar no IDEB, o Lar de Emmanuel, tem uma função social e humanitária de grande valor. É para lá que mandam as crianças rejeitadas, órfãs, abandonadas. É lá que o poder judiciário, o MP, o Conselho Tutelar, encontra amparo e respeito para os muitos casos difíceis que a sociedade desconhece ou faz questão de não tomar conhecimento. Afinal, a dor é do outro”. Ainda de acordo com a parlamentar, o prefeito quer, de forma truculenta, “abrigar cabos eleitorais”. A reportagem tentou contato com a prefeitura de Barreiras, mas até o fechamento desta matéria não obteve sucesso.


Publicada no dia 17 de março de 2014, às 19h08

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