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TCE: A prerrogativa é deputado estadual, diz Gaban; Isso é bobagem, diz Zezéu

Imagem TCE: A prerrogativa é deputado estadual, diz Gaban; Isso é bobagem, diz Zezéu
Zezéu Ribeiro e Carlos Gaban foram sabatinados na CCJ  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/05/2014, às 06h58   David Mendes (Twitter:@__davidmendes)


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De um lado a oposição na Assembleia Legislativa da Bahia cobra o cumprimento da mesma prerrogativa que garantiu as indicações dos ex-deputados estaduais Zilton Rocha e Gildásio Penedo para as vagas do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e, por conta disso, os oposicionistas acusaram o Executivo de intromissão no Legislativo.
Do outro lado, o governador Jaques Wagner (PT) nega que as indicações tenham partido dele, pessoalmente. Em entrevista ao Bocão News, o líder baiano informou que os nomes dos deputados, um estadual, João Bonfim (PDT), e o outro federal, Zezéu Ribeiro (PT), seu correligionário, foram levantados pelos membros que formam a sua base de sustentação no parlamento e, mesmo após cancelar a ida a Alba após rebelião dos contrários e até de alguns aliados, manteve o encontro para consumar os nomes dos escolhidos. 


Sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE), no CAB, em Salvador

Nesta terça (27) foi a vez dos membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa sabatinar e referendar os postulantes às vagas antes de encaminhar para votação em plenário. Mario Negromonte (PP), indicado para a vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), e João Bonfim (PDT), uma das duas do TCE, choraram nas suas apresentações e sensibilizaram os pares, que desejaram boa sorte no novo emprego que pagará R$ 26 mil todo o mês, fielmente, até se aposentarem. 

Na CCJ, a movimentação só teve início quando os sabatinados foram os deputados Carlos Gaban (DEM), indicado pela Oposição para dermarcar território, após a “ingerência”do governador sobre o parlamento, e Zezéu Ribeiro (PT) que, como mesmo disse Wagner: “você não vai querer que depois de oito anos como governador eu não consiga deixar nenhum pessoa no tribunal de contas do estado ou do município”. 

“Defendo a prerrogativa do Poder Legislativo de quem deve assumir é um deputado estadual ou um ex-deputado estadual, porque, se não, vamos perder a credibilidade. Isso começou com Zilton, foi com Gildásio e está acontecendo com Bonfim. Nós estamos respeitando o Executivo [vaga do TCM a Negromonte]. Por que o Executivo não respeita o Legislativo? Isso não é uma eleição partidária, mas de um Poder”, reclamou Gaban, em entrevista à reportagem. 

“Isso é uma bobagem. A prerrogativa é a de indicar qualquer cidadão. A última indicação da Assembleia foi [conselheiro] Inaldo da Paixão, que não é deputado”, rebateu Zezéu em bate papo com o site. 
Ambos fizeram questão de mostrarar capacidade para assumir o cargo. Gaban lembrou da época quando presidiu a Alba. “Eu respeito as pessoas quando estou no Poder. A oposição não tinha espaço na Mesa Diretora. Eu implantei [na época] isso e ninguém pode mudar mais. Quero entrar não para punir, mas para orientar, aperfeiçoar e fortalecer a gestão pública”, defendeu. 
Zézeu garantiu compromisso junto à Assembleia de forma articulada na busca de “auxílio mútuo” para as questões que envolvem o bom gerenciamento da máquina pública  estadual. “Como vereador [de Salvador] fui presidente da Comissão de Orçamento. Como secretário [estadual] de Planejamento coordenei o PPA [Plano Pluri Anual]”, defendeu.
Nesta quarta (28), os quatro nomes irão para votação em plenário. Para ser aprovado cada um terá que ter, no mínimo, 32 votos dos 63 deputados estaduais.

Publicada no dia 27 de maio de 2014, às 17h52

Classificação Indicativa: Livre

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