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Em detalhes, saiba mais sobre a guerra ocorrida na Alba entre deputados

Imagem Em detalhes, saiba mais sobre a guerra ocorrida na Alba entre deputados
Situação vergonhosa aconteceu durante a eleição para conselheiro do TCE nesta quarta-feira (28)  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/05/2014, às 09h32   Djalma Júnior e Luiz Fernando Lima


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Empurra empurra, base montada, plantados! Dois grupos montados, dois ou três mais inflamados e chamando para sair no tapa, enquanto uma leva de seguranças tentava conter a insanidade que tomou conta de uma dezena de deputados estaduais da Bahia durante a contagem dos votos dados por eles próprios aos candidatos à vaga do Tribunal de Contas do Estado na noite da última quarta-feira (28).

Troca de socos mesmo não aconteceu, mas a cena que foi vista não deixou nada a desejar das lamentáveis brigas generalizadas vistas todos os anos no Carnaval – só faltou a trilha sonora de Chiclete com Banana. A confusão durou mais de dez minutos e ao final ficou constatada a vitória apertada de Zezé Ribeiro (35 votos) – eram necessários 32. Carlos Gaban (DEM) adversário do petista obteve 23 indicações e dois deputados anularam o voto.



A aprovação do nome indicado pela base aliada do governador Jaques Wagner – com o endosso e empenho do próprio chefe do Poder Executivo – ficou em segundo plano diante dos descalabros registrados durante o processo eleitoral.  Isso porque desde o reinicio da sessão, os deputados da oposição denunciaram que aos pares da base aliada havia sido determinado o registro do voto – através de foto do celular.

Na cronologia do episódio se faz necessário pontuar o discurso de Elmar Nascimento que após revelar o suposto pedido feito aos deputados governistas, propôs que os colegas deixassem o celular na mesa diretora antes de se dirigir à cabine. Tanto o líder da oposição quanto Carlos Gaban, sugeriram que o presidente da Casa, Marcelo Nilo (PDT), determinasse a medida. Contudo, o pedetista foi taxativo na negativa. De acordo com ele, não há previsão regimental para se proibir ou obrigar parlamentar a fazer o que estava sendo proposto.

Se houve a determinação para que os votos fossem registrados não há confirmação. Havendo a determinação ao saber de onde partiu também será missão inglória com grandes chances de lograr êxito. O que pode ser dito é que o tempo de votação dos deputados governistas foi muito maior em relação aos da oposição e que da tribuna de imprensa do plenário foi possível ver flashs que vieram ou da câmera de um celular ou de algum curto-circuito em alguma luz do plenário.

Mas, o estrondo da oposição aconteceu simultaneamente ao reluzente registro de voto do Pastor Sargento Isidório (PSC). Ele depositou a cédula, dentro do envelope, na urna, cabisbaixo e ouvindo xingamentos impublicáveis vindo de todos os deputados da oposição, o mais indignado era Elmar Nascimento. O líder da bancada da minoria acusou o governo de intimidar os deputados e colocar o parlamento aos seus pés.

Bancada

O voto para conselheiro é secreto e é tido como o momento no qual os deputados insatisfeitos podem “mandar um recado” ao Executivo. O clima dentro da base de Jaques Wagner era ruim e isso ficou claro quando, na segunda-feira (16), todos foram convocados para uma reunião na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem) – o encontro seria na própria Assembleia, mas para evitar ser acusado de ingerência, Wagner mudou para Flem.

Na mesa muitos questionamentos foram postos e de lá o governador saiu publicamente confiante e confidencialmente preocupado. A possibilidade de traição ou de “marcação de posição” estava posta e ganhava força, entretanto, ninguém poderia prever o tamanho da insatisfação, as medidas adotadas após o primeiro turno de votação – Gaban teve 28 votos contra 27 de Zezéu – e a solução encontrada pelos deputados estaduais para “prestar contas” ou comprovar a fidelidade ao governador.

Há mais de um mês a insatisfação de parlamentares com o governo circula nos corredores do Palácio Luís Eduardo Magalhães. Em ano eleitoral esse conflito tem outros elementos que dificultam os acordos. Os prefeitos e lideranças no interior do estado, por exemplo. Neste sentido, alguns legisladores confirmaram ao Bocão News que a orientação de Wagner era para abrir os cofres e liberar as verbas disponíveis.

Ao que parece, os inúmeros convênios firmados para construção de feiras, quadras poliesportivas, praças, além de pavimentação de ruas e outras intervenções não foram suficientes para tapar as fissuras e assegurar a fidelidade da base. Como pode ser visto nos votos dados a Gaban, nos dois turnos.




Publicada no dia 29 de maio de 2014, às 19h57

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