Política

Planalto agora teme manobra de Gilberto Kassab

Publicado em 14/03/2011, às 10h30   Redação Bocão News



O governo começa a temer a operação que deve tirar do DEM o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e jogá-lo nos braços do PSB. Entusiasta da ideia de provocar uma baixa na oposição, o Planalto agora passou a ver alguns riscos nesse movimento.

O assunto entrou na pauta de reuniões da presidente Dilma Rousseff. A ideia agora é que seria melhor para o governo que o futuro PDB (Partido da Democracia Brasileira, segundo última versão de seu estatuto) seja o destino definitivo do prefeito e seu grupo, não o trampolim para burlar a lei eleitoral promovendo uma fusão com o PSB.

O maior receio é dar musculatura ao PSB que, apesar dos laços tradicionais com o petismo, trabalha para ter, no futuro, candidato próprio à Presidência. Já há até um virtual nome: o governador Eduardo Campos (PE), em seu segundo mandato e com altos índices de aprovação. Há, ainda, outros efeitos colaterais: a adesão pode engordar a bancada do PSB em cerca de 30 deputados federais, ameaçando a hegemonia PT-PMDB no controle das cadeiras do Legislativo.

Mais: daria à sigla de nomenclatura socialista a força que ela não tem em São Paulo, reduto crucial para qualquer projeto político nacional competitivo. Até agora, a versão recorrente era que Campos tentaria, com a adesão de Kassab, viabilizar-se como vice de Dilma numa eventual chapa à reeleição em 2014. Não é o que pensa hoje o Planalto.

Nas negociações sobre seu futuro, Gilberto Kassab chegou a considerar desembarcar no PMDB a partir do PDB. Essa opção também não é vista com bons olhos por Dilma e sua equipe. Motivo: daria mais poderes ao aliado e desbancaria o PT do posto de maior bancada da Câmara.
O PDB ainda não foi criado, mas já possui estatuto e uma lista de interessados à filiação. O novo partido deve disputar a eleição municipal do ano que vem. Uma eventual migração de demistas para o PSB se daria somente após o pleito de 2012.

Na Bahia, o vice-governador Otto Alencar vai à São Paulo para tentar amparar prefeitos e lideranças do PMDB, PF, DEM e PSDB que apoiaram Wagner (contra orientações partidárias, que estavam com Geddel e Paulo Souto) e estão ameaçadas de ficar sem legenda no próximo ano.
O governo baiano parece estar menos preocupado com a manobra de Kassab do que o Planalto Central.

/Com informações da Folha.com

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