Política

Acusado em esquema de propina no Maranhão é sócio de Sarney

Imagem Acusado em esquema de propina no Maranhão é sócio de Sarney
João Guilherme Abreu é uma das quatro pessoas apontadas pela contadora do doleiro Alberto Youssef  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 12/08/2014, às 18h11   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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O ex-secretário da Casa Civil do Governo do Maranhão, João Guilherme Abreu é sócio do senador José Sarney (PMDB-AP) em um shopping da capital maranhense, São Luís. Abreu é uma das quatro pessoas apontadas pela contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Bonfim Poza, de participar de uma reunião em que foi acertado o pagamento de propina no valor de 6 milhões de reais ao governo do estado.

De acordo com a revista Veja, Abreu é um dos três administradores do shopping Jaracati junto com Ana Clara Murad Sarney, neta do senador e filha de Fernando Sarney. No quadro societário do shopping constam três empresas: Adpart Administração LTDA (de propriedade de José Sarney, cuja procuradora é a neta Ana Clara) com 15% de participação, JGT Participações LTDA (de propriedade de João Guilherme de Abreu) com 22% e Niagara Empreendimentos LTDA (de propriedade de Severino Francisco Cabral) com 63%.

Não é a primeira vez que Abreu se envolve em negócios e confusões com a família Sarney. Tanto ele quanto Severino Francisco Cabral, o sócio majoritário do shopping, fizeram parte do quadro societário da Lunus Participações, antiga empresa de Roseana Sarney e do marido Jorge Murad. Em março de 2002, a Polícia Federal encontrou 1,34 milhão de reais escondidos no cofre da empresa, que funcionava como comitê da pré-campanha de Roseana à presidência pelo então PFL. Depois de apresentar oito versões diferentes para explicar a origem do dinheiro – nenhuma delas convincente – a candidatura de Roseana acabou sendo sepultada. Espera-se que a polícia investigue a fundo essa rede corrupto-político-empresarial.

O caso

Segundo depoimento da contadora à Polícia Federal, a propina teria sido paga ao governo para que a empresa UTC/Constran furasse a fila dos precatórios e recebesse os R$ 120 milhões que o governo do Maranhão lhe devia antecipadamente. Segundo Meire, no dia 10 de setembro de 2013, houve uma reunião para acertar os detalhes do acordo com João Guilherme Abreu, a presidente do Instituto de Previdência do Estado Maria da Graça Marques Cutrim, a procuradora-geral Helena Maria Cavalcanti Haickel e um assessor identificado apenas como Bringel.

Depois disso, os pagamentos foram liberados. Até o momento, R$ 33 milhões já foram pagos. Youssef receberia R$ 12 milhões por ter intermediado o acordo. Ainda segundo a contadora, um assessor do governo teria dito a Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios na Bahia, Mário Negromonte, que R$ 300 mil entregues por ele como parte do acordo era pouco e por isso teria que consultar a governadora Roseana Sarney para saber se ela aceitaria apenas essa quantia.

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