Publicado em 14/09/2014, às 06h28 Redação Bocão News (twitter: @bocaonews)
“Se existisse Bolsa Família na época em que minha mãe vivia na miséria, talvez os meus irmãos estivessem vivos”. A frase foi dita por Olívia Santana, secretária Nacional de Combate ao Racismo do PCdoB, que teve oito irmãos. Quatro morreram – dois deles num intervalo de uma semana. E um está desaparecido porque foi raptado".
A fala de Olívia Santana (assim como sua realidade dramática) cabe na boca e na vida de milhões de mulheres negras que recebem o benefício. Foi uma frase forte, marcante, emocionante, uma das muitas ditas hoje no Ato pela Promoção da Igualdade Racial, que aconteceu neste sábado (13), em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte, com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Frases ditas por uma gente que sofreu por 500 anos, e começou a ser protagonista das ações de governo nos últimos 12.
O evento, que contou com a participação das maiores entidades do Movimento Negro brasileiro, teve como objetivo reafirmar o posicionamento do governo federal frente às iniciativas de combate ao racismo, celebrar as conquistas obtidas pela população negra nos últimos anos e apresentar novos compromissos com a pauta histórica de reivindicação do segmento.
Olívia, que também é presidente do PCdoB em Salvador, desde muito cedo luta contra a discriminação racial, em 1994 foi uma das fundadoras da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO). Em 2001, foi uma das delegadas da comitiva brasileira e a única representante da Bahia a discursar na Conferência Mundial Contra o Racismo, evento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Durban, África do Sul. Como palestrante, a voz de Olívia já reverberou em eventos realizados em diversos países, a exemplo dos EUA, Costa Rica, Uruguai, Venezuela, França, Alemanha, Quênia, Moçambique e África do Sul.
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