Política

Câmara Municipal em guerra para votação do Parque Tecnológico

Imagem Câmara Municipal em guerra para votação do Parque Tecnológico
Projeto tem apoio dos governistas, mas PSDB e PMDB prometem jogo duro  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 26/03/2011, às 12h01   Daniel Pinto


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Hoje, a pauta da Câmara Municipal de Salvador está trancada pelo projeto do Executivo que reduz a carga tributária do Parque Tecnológico, a ser construído na Avenida Paralela. A matéria prevê a diminuição de 5% para 3% do Imposto Sobre Serviços (ISS) cobrado às empresas que se instalarem no conglomerado da capital.

A votação será o primeiro desafio de Téo Senna (PTC) como líder do Thomé de Souza. A ansiedade lembrou até a estreia do atual vereador como ponta-direita do Esporte Clube Bahia na década de 1970. “O jogo foi contra o Botafogo e a torcida estava louca para ver Osni. Entrei no finalzinho e não decepcionei. Foi marcante! Agora, na liderança, sinto o mesmo friozinho na barriga. Entretanto, o mais importante é votar com segurança porque o projeto é bom para a cidade”, destacou.

Mas, o líder do governo João Henrique não vai encontrar facilidade na Câmara Municipal. Um dos mais “ressabiados” é o vereador Jorge Jambeiro (PSDB). “Não sabemos quais empresas serão instaladas e nem o que vão produzir. Vai ser chip de celular, software, computadores ou vão implantar call center? Ninguém sabe! Além disso, temos mão de obra qualificada para atender essa demanda? Há um estudo para verificar o impacto ambiental na região? E quanto ao trânsito da Paralela: vão fazer vias alternativas para desafogar o trânsito? São muitas questões pendentes. Por isso tudo, o projeto é nebuloso e não pode ser votado sem maiores discussões”.

Para superar a “enxurrada” de questionamentos, Téo Senna teve que usar a mesma “mandinga” dos tempos de atleta profissional. “O texto vem sendo debatido. E estamos abertos para receber emendas. Mas, não podemos esquecer que fizemos audiências e, inclusive, trouxemos os secretários estaduais James Correa (Indústria e Comércio) Paulo Câmara (Ciência e Tecnologia). O governo do estado se esforça para que a região sofra o menor impacto possível. Tenho certeza de que o Parque Tecnológico vai criar empregos para os baianos e vai gerar receita para o município”.

Apesar dos argumentos apresentados pelo líder do Thomé de Souza, a bancada do PMDB também está com um “pé atrás”. Quem explica as razões é o vereador Everaldo Bispo. “A prefeitura fez a reforma tributária para melhorar a arrecadação e agora quer abrir mão de impostos? Isso é falta de coerência! Quando um pequeno empresário tenta abrir um negócio paga tributos até mesmo para colocar a mão na fechadura. Então, porque reduzir impostos para os grandes? Quando acaba o período de isenção, eles geralmente migram para outro lugar. Já conhecemos essa história. Foi o que aconteceu no Centro Industrial de Aratu (CIA)”, observou.

Para que o projeto do Parque Tecnológico seja aprovado são necessários 28 votos. Provavelmente, o texto vai à plenário na próxima semana. O grande trunfo da prefeitura é que, como a matéria é de interesse do governo do estado, os oitos vereadores do PT e PCdoB já demonstraram apoio irrestrito. Por outro lado, os oito integrantes do PMDB e PSDB estão inclinados a votarem contra. Além disso, existe a bancada independente, que sempre fica em cima do muro até os 45 minutos do segundo tempo.

Portanto, como numa partida de futebol, o resultado final é imprevisível.

Fotos: Edson Ruiz/Bocão News

Classificação Indicativa: Livre

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