Adolfo Menezes descarta paralelo com Marcelo Nilo após apoiar PEC da Reeleição

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Adolfo Menezes (PSD), garantiu que não pretende ser mais um Marcelo Nilo. Com a possibilidade de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) permitir que o pessedista seja eleito para o terceiro mandato como comandante da Casa, ele afirmou que não pretende ficar dez anos à frente do Legislativo estadual, assim como o ex-colega de parlamento (2007-2017).

“Não quero isso. Isso não vai acontecer”, disse Adolfo ao BNews. Segundo ele, há um movimento de deputados para mudar o regimento interno da ALBA, permitindo que possa haver reeleição na mesma legislatura.

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O deputado Niltinho (PP) está encabeçando o movimento. Para que a ParC seja colocada em votação são necessárias 21 assinaturas. Para ser aprovada são necessários 38 votos, o que representa dois quintos do número de deputados estaduais. A votação em caso de PEC é em dois turnos.

Apesar da movimentação, Adolfo nega que a ideia tenha partido dele. “Esse movimento é dos deputados. Eles querem que eu continue por causa da forma que trato todos eles, seja do governo seja da oposição. Comigo é sim sim. Não não. Cumpro a palavra dada”, afirmou.

Em abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucional a reeleição nas mesas diretoras do Legislativo, numa decisão que se sobrepõe ao regimento interno.

Para Adolfo, mudanças ocorridas em outras casas legislativas podem dar sustentação ao que os deputados baianos pretendem fazer. O pessedista cita o caso da Câmara Municipal de São Paulo. Lá, a reeleição foi aprovada pelos vereadores indefinidamente. 

Ivana Bastos no páreo

Assim como Rosemberg Pinto (PT), líder do governo, que sonha e já disponibilizou o nome para a presidência da Assembleia algumas vezes, a correligionária de Adolfo, Ivana Bastos também demonstra interesse na presidência. Ao ser questionada pelo BNews sobre a PEC, Ivana alfinetou para depois aquiescer a uma possível reeleição de Adolfo.

“Pode botar uma PEC que muda o regimento, mas no STF ela é inconstitucional. Adolfo é excelente presidente. Tem meu voto. Agora, se ele não for candidato, meu nome vai continuar posto com apoio do meu partido”, disse Ivana.

No caso de Rosemberg, fontes revelaram que dificilmente o Palácio de Ondina fará força para a candidatura do líder governista. A interpretação é a de que pegaria mal o PT estar no comando de dois Poderes.