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Alexandre de Moraes e Nunes Marques discutem ao falarem sobre assassinato de ex-prefeito; veja

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O ex-prefeito foi encontrado morto no dia 18 de janeiro de 2002  |   Bnews - Divulgação Reprodução / TSE

Publicado em 18/05/2023, às 17h12   Cadastrado por Edvaldo Sales


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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e o ministro Kassio Nunes Marques divergiram durante uma sessão da Corte realizada nesta quinta-feira (18). A discussão envolveu o assassinato de Celso Daniel, então prefeito de Santo André (SP), ocorrido em 2002.

Durante a sessão no TSE, o ministro afirmou que ainda havia investigação sobre o caso, porém Moraes o interrompeu para dizer que investigações já haviam sido encerradas. "Apenas para reforçar, eu acredito que à época dessas declarações ainda havia inquérito em tramitação sobre o assunto”, disse Nunes Marques.

“Não, não. Já havia sido encerrado há alguns anos já. Eu, inclusive, à época era secretário de Justiça. Foi lá atrás”, afirmou Moraes. Em seguida, Nunes Marques pontuou: “Existem inquéritos em Minas e São Paulo ainda da relatoria do ministro Celso de Melo, do qual eu sucedi, por isso que eu indico que ainda esse assunto”.

Nesse momento, Moraes interrompeu o ministro. “Desculpe-me, Senhor Kassio, isso já está encerrado em São Paulo. Até porque não há ninguém com foro privilegiado em relação ao assassinato ocorrido em Santo André. Não consta que nenhum deputado ou senador tenha participado”, afirmou o presidente do TSE.

Após a fala de Moraes, Nunes Marques completou: “Não me reporto ao assassinato em si. E sim em aspectos que dizem respeito à relação do partido com o crime organizado. E isso ainda, à época, havia tramitação. E eu me recordo porque eu herdei esse processo ainda da relatoria do ministro Celso de Melo, mas não é especificamente em relação ao assassinato. Não é a isso que eu me refiro”. 

Relembre o caso

O prefeito de Santo André Celso Daniel foi encontrado morto no dia 18 de janeiro de 2002, em Juquitiba, na Região Metropolitana de São Paulo, dois dias após ser sequestrado. O político tinha 50 anos e, conforme apontou a perícia à época, foi torturado e atingido com oito tiros.

O gestor havia acabado de assumir o segundo mandato como prefeito e estava na coordenação da campanha vitoriosa de Lula à Presidência da República. Após série de versões conflitantes, a Justiça entrou em um consenso, encerrou o caso e os responsáveis indicados nas investigações estão cumprindo pena.

À época da morte de Celso Daniel, em fevereiro 2002, ano em que Lula se elegeu presidente, o pai de Mara Gabrilli, vice na chapa de Simone Tebet (MDB), em 2022, tinha uma empresa de ônibus em Santo André. Em entrevistas, Gabrilli culpou petistas pela morte do ex-prefeito.

Apesar da narrativa, a Polícia Civil de São Paulo concluiu que Celso Daniel foi vítima de “crime comum”. O Ministério Público paulista, no entanto, defendeu que a versão não se sustenta. Lula nunca foi investigado pelo caso.

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