Política

Anderson Torres: processo contra Bolsonaro no TSE deve ser turbinado por causa de ex-ministro; saiba detalhes

Wilson Dias/Agência Brasil
Ex-ministro do governo Bolsonaro (PL), Anderson Torres virou alvo da Polícia Federal (PF) após viagem à Bahia no 2º turno das eleições  |   Bnews - Divulgação Wilson Dias/Agência Brasil

Publicado em 03/04/2023, às 19h54   Cadastrado por Yuri Abreu


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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter sua vida ainda mais complicada, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após a viagem do ex-ministro Anderson Torres à Bahia no segundo turno das eleições à Presidência da República. O liberal pode até mesmo acabar inelegível uma vez que há 16 ações que investigam, na Corte, a fracassada campanha dele à reeleição.

De acordo com a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, a Polícia Federal (PF) apura se houve um esforço dirigido para impedir que eleitores de Lula (PT) chegassem aos locais de votação nesta fase do pleito, que ocorreu no dia 30 de outubro e deu a vitória ao petista.

Um dos episódios incluídos pela PF na lista de evidências de que o governo Bolsonaro trabalhava para sabotar as chances de Lula é justamente a viagem de Torres ao estado para fazer com que a superintendência da PF no Bahia se engajasse na operação da PRF - vale lembrar que, naquele dia, houve diversos registros de bloqueios de estradas na região nordeste, reduto de Lula, para tentar minar as chances de ele vencer a eleição.

Naquele momento, o argumento de Torres foi o de que havia informes de inteligência que sugeriam uma ação orquestrada de compra de votos no Nordeste.

Os bloqueios nas estradas foram suspensos por ordem do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, mas se tornaram alvo não só da PF como de uma ação apresentada pela coligação de Lula ao TSE, em dezembro do ano passado. Agora, os advogados do PT procuram uma forma de incluir as descobertas desse inquérito no processo contra Bolsonaro.

Existem ao menos dois caminhos possíveis para “turbinar” a ação do TSE que trata desse tema, também conforme a colunista Malu Gaspar: o PT, que lidera a ofensiva jurídica, solicitar o compartilhamento das provas obtidas pela Polícia Federal, ou o próprio relator da ação, ministro Benedito Gonçalves, tomar uma iniciativa nesse sentido.

Esse processo, o mais avançado entre os 16 processos contra o ex-presidente, pode ser julgado ainda no fim deste mês.

No caso da Polícia Rodoviária Federal, alvo da ação movida pela coligação de Lula, Torres e seus assessores se reuniram na véspera do segundo turno com o superintendente da Polícia Federal na Bahia, Leandro Almada, e seus dois assessores diretos, os delegados Flávio Marcio Albergaria Silva e Marcelo Werner Derschum Filho, atualmente secretário de Segurança do Estado.

O objetivo era passar pessoalmente uma ordem: que a Polícia Federal se engajasse, com equipes e trabalho de inteligência, na operação que o Ministério da Justiça planejara com a Polícia Rodoviária Federal nos ônibus e veículos que transportariam eleitores no domingo, com vistas a parar todos os que apresentassem qualquer tipo de irregularidade.

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