Política

Após evento no TSE, presidente de ONG passa a receber ameaças e se muda para Alemanha

Ricardo Matsukawa/SaferNet Brasil
Thiago Tavares, fundador da SaferNet, é estuda como campanhas de ódio e desinformação se estruturam nas redes  |   Bnews - Divulgação Ricardo Matsukawa/SaferNet Brasil

Publicado em 07/12/2021, às 11h35   Redação BNews


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O presidente e fundador da SaferNet, organização que monitora crimes e violações dos direitos humanos na internet, Thiago Tavares, informou à empresa que decidiu se mudar para Alemanha por conta de ameaças e sequestro relâmpago de um funcionário.

De acordo com a coluna Sonar, do jornal O Globo, ele informou na última segunda-feira (6) que chegou a Berlim no último sábado (4). Tavares afirma que o "auto-exílio" é uma  medida extrema e inédita desde a fundação da SaferNet, em 2005.

Ele explicou que a providência é tomada quando a segurança pessoal de qualquer funcionário, colaborador ou diretor da organização é colocada em risco.

Também segundo a coluna, em carta distribuída aos funcionários e colaboradores, Tavares conta que as intimidações tiveram início após um seminário internacional realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 26 de outubro. 

Durante o evento, ele participou da mesa "Como se estruturam as campanhas de ódio e desinformação", assunto do qual é especialista. Tavares conta que, a partir de então, passou a receber ameaças - inclusive de morte - no âmbito digital.

A sensação de insegurança escalou quando outro funcionário da SaferNet sofreu um sequestro relâmpago em Salvador, por quatro criminosos armados, que roubaram seu celular e laptop funcionais. 

Tavares afirma na carta que estava a apenas 800 metros do local onde aconteceu a abordagem. A SaferNet, por sua vez, diz que coletou evidências no último dia 2 de dezembro, de uma invasão ao MacBook Pro de Tavares pelo malware Pegasus.

A ferramenta de espionagem costuma ser usada para perseguir jornalistas e defensores de direitos humanos em diversos países. 

O fundador da SaferNet diz que permanecerá fora do país "até que as circunstâncias dos fatos sejam totalmente esclarecidas e sejam restabelecidas as condições de segurança pessoal" para o desempenho de suas atividades profissionais e acadêmicas.

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