Política

Após Flávio Bolsonaro se encantar com mansão de jogador, advogado e amigo do senador briga na Justiça pela posse

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Segundo a publicação, a casa tem 11 suítes, praia privativa, cachoeira, piscina, quadra de tênis e heliponto, entre outros luxos  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 28/09/2022, às 08h20   Redação


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O senador Flávio Bolsonaro foi arrolado como testemunha na disputa judicial de uma mansão, avaliada em R$ 10 milhões, localizada na paradisíaca Ilha Comprida, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O caso corre no Tribunal de Justiça do Rio. As informações são do colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, que teve acesso aos documentos.

Segundo a publicação, a casa tem 11 suítes, praia privativa, cachoeira, piscina, quadra de tênis e heliponto, entre outros luxos. Ela foi vendida em 2020 para a Sport 70, empresa do jogador da Seleção Brasileira, Richarlison, e de seu empresário.

De acordo com a coluna, em maio deste ano, uma decisão liminar transferiu a posse do imóvel ao advogado Willer Tomaz, amigo de Flávio, em Brasília, e, desde que o senador se encantou com a mansão, há dois anos, fez uma série de investidas para se tornar dono. O advogado é próximo de dezenas de parlamentares para os quais seu escritório atua.

A publicação detalha também que, após tentar, em 2021, comprar o imóvel, da mesma pessoa de quem a empresa de Richarlison havia adquirido, Tomaz iniciou uma batalha judicial cheia de episódios dramáticos, incluindo uma senhora, de 78 anos, que diz ter sido enganada para assinar um documento e a expulsão de uma mulher grávida da casa, durante a noite, pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, em maio deste ano.

Os meses se passaram, e os novos donos da mansão começaram uma série de obras no imóvel. Richarlison e Renato Velasco, que moram na Europa, visitavam a mansão quando vinham ao Brasil. Quando as obras ficaram prontas, Velasco decidiu deixar morando no imóvel sua esposa, que estava grávida e teria o bebê no Brasil.

Mas, no dia 13 de maio deste ano, o empresário estava em Londres quando recebeu um telefonema da mulher. Chorando, ela contou que um oficial de Justiça e policiais estavam na mansão para retirá-la da propriedade e cumprir uma decisão de reintegração de posse. Vídeos gravados durante a reintegração e enviados em tempo real a Velasco mostram os policiais pondo roupas e pertences da mulher, já de noite, do lado de fora da casa.

Ainda segundo a coluna, após diversas disputas sobre a posse da casa, envolvendo a M Locadora, Richarlison e Willer Tomaz, a última decisão no processo foi de 5 de agosto, quando o desembargador Adriano Guimarães deu uma nova liminar a favor de Tomaz, passando novamente o imóvel para as mãos do advogado. Agora, todos esperam a 8ª Câmara Cível do TJ do Rio decidir o mérito.

Atualmente, o imóvel é guardado por seguranças armados. O pedido para que Flávio Bolsonaro seja ouvido, feito pelos advogados do empresário de Richarlison, tem o objetivo de mostrar à Justiça, com o relato do senador sobre sua visita à mansão, que o imóvel não pertencia a invasores, como acusa Tomaz.


O que diz Flávio Bolsonaro
Procurado, Flávio Bolsonaro disse não ter relação com o imóvel ou com o processo envolvendo Willer Tomaz. O senador disse manter apenas vínculo de amizade com o advogado.

O que diz o advogado Willer Tomaz
O advogado Willer Tomaz afirmou à coluna que gastou cerca de R$ 5 milhões nos últimos anos para regularizar a situação do terreno. Tomaz negou que tenha conhecido o imóvel por meio de Flávio. Segundo ele, as pessoas que usufruíam da propriedade antes dele, inclusive Richarlison, são “invasores”, que criaram “uma narrativa” para o “coagir e chantagear”.
O advogado declarou que seria dono de quatro lotes vizinhos “desde 2016” e que todos estão escriturados. “Tudo antes de Flávio Bolsonaro existir”, afirmou. Tomaz disse que buscou o inventário dos proprietários já mortos da M Locadora e adquiriu o imóvel dos inventariantes.

O que diz Richarlison 
Procurado, o advogado Ricardo Horácio, que representa a empresa de Richarlison e de seu empresário, negou que haja o distrato no processo.

A coluna pediu que Tomaz enviasse o documento e mostrasse onde ele estava no processo. Ele enviou um PDF, mas, ao indicar onde ele estaria nos autos, mostrou outro documento. Ao ser alertado pela coluna que eram documentos diferentes e que o distrato de fato não estava no processo, o advogado deu uma nova versão: “Este documento, estou guardando como surpresa para os bandidos”.

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