Política
Publicado em 28/08/2023, às 06h31 - Atualizado às 07h11 Cadastrado por Tácio Caldas
O presidente Lula (PT) esteve em viagem à África, visitou três países e participou de uma reunião da Brics. Em uma dessas visitas, o chefe do executivo brasileiro esteve em Angola e, em discurso no Foro Empresarial Brasil-Angola, prometeu que irá retomar com os financiamentos para o país africano.
"Vamos voltar a fazer financiamento para os países africanos. Vamos voltar a fazer investimento para Angola, que é um bom pagador das coisas que o Brasil investiu aqui. Angola sempre foi um país que nos deu certeza que cada dólar investido aqui seria ressarcido e assim o fez. Angola é importante porque Angola dá estabilidade. Eu vou repetir: Angola paga. Angola não vive devendo", afirmou o gestor federal.
Lula concluiu ainda dizendo que o Brasil tem uma grande satisfação de ter ajudado o País no passado. "Temos orgulho de ter contribuído, no passado, com o financiamento de projetos de rodovias, saneamento, abastecimento de água e geração e distribuição de energia elétrica", pontuou Lula.
Apesar dessas declarações do chefe do executivo federal garantir tais investimentos, essa decisão é vista com uma ótica problemática por sua base. Isso porque a retomada dos financiamentos tem um grande potencial de gerar embates e desgastes políticos, em especial no Congresso Nacional, devido ao histórico da Operação Lava Jato. Vale lembrar que em um acordo de leniência feito nos Estados Unidos, a antiga Odebrecht confessou o pagamento de propinas estimadas em U$ 788 milhões a políticos e servidores em 12 países, inclusive Brasil e Angola.
Entenda
Os financiamentos foram paralisados há oito anos por causa dos casos de corrupção desvendados pela operação da Polícia Federal (PF), a Lava Jato. Apesar disso, recentemente, 18 empresas, aproveitando a presença de Lula na África, pediram a reabertura dos financiamentos no país, com valores que podem chegar a U$ 100 milhões.
Vale lembrar que, dentre essas construtoras, algumas estiveram no rol de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato. Uma delas foi a Novonor, antiga Odebrecht, que, na última sexta-feira (25), esteve em uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). O encontro aconteceu no hotel Intercontinental, em Luanda.
Além das empresas, o próprio presidente Lula se tornou réu, à época, em uma ação penal. Ele foi acusado de corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de influência internacional, em decorrência de delações dos executivos da construtora. Este caso ficou conhecido como “esquema Angola” e foi apurado na Operação Janus, com uma suspeita de atuação dele entre 2008 e 2015, no cargo de presidente e fora dele.
O que diz Haddad
Sabendo da sensibilidade do assunto, Haddad informou aos empresários que tomem a dianteira e passem a manifestar os seus interesses e as necessidades por meio de uma carta à sociedade, ao Poder Executivo e ao Congresso Nacional. Segundo ele, cabe a eles fazer o pedido público e indicar o que farão para adotar os mecanismos de transparência e controle, a fim de evitar novos escândalos de suborno e pagamento de propina, seja no Brasil ou em Angola.
"Eles precisam explicar ao País o que está afetando a vida das empresas, para que o debate seja aberto, feito à luz do dia, com tranquilidade", afirmou Haddad, após o encontro. O ministro concluiu dizendo que 'o ambiente no Brasil sobre isso é delicado'.
"O ambiente no Congresso é muito desfavorável a esse tipo de ação. O argumento deles é que todos os países fazem e se beneficiam desse tipo de linha, porque acabam exportando equipamentos para as obras. A pior coisa que pode acontecer é isso cair no debate ideológico, quando é algo pragmático", informou Haddad. As informações são do Estadão.
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