Coronavírus

Secretário de Saúde considera "lamentável " incentivo de Bolsonaro ao não uso de máscaras

Dinaldo Silva/BNews
Secretário conversou com Zé Eduardo na manhã desta segunda (1º)   |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 01/03/2021, às 12h03   Brenda Viana


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O secretário municipal de saúde, Leo Prates (PDT), considerou “lamentável” a declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o não uso de máscaras e afirmou que o gestor poderia ter sido mais consciente em relação às vacinas e às ações de combate à pandemia. "Lamento bastante, ele poderia ter entrado para a história nos conduzindo para sair da pandemia mais rapidamente. O caminho era a vacina", disse durante entrevista ao programa de José Eduardo, na rádio Metrópole, na manhã desta segunda-feira (1º).

Prates reiterou que Bolsonaro diz ser algo, mas que na verdade, não cumpre o que prega para a população. "Ele que diz que é defensor da economia, eu me defino como defensor da vida, assim como o prefeito Bruno Reis (DEM) e o governador Rui Costa (PT). Se ele é defensor da economia, não tem nada mais importante pra economia do que vacinar as pessoas. Você cai na internação hospitalar, você melhora o sistema de saúde, você não fica nesse abre e fecha e é tudo que todos nós não queremos. Eu lamento bastante. Eu não faço política com radicalismo". 

Ainda durante a entrevista, o secretário falou que o Governo Federal fez mal em ter acabado com o financiamento para os estados no dia 31 de dezembro em meio ao início do colapso do sistema de saúde. "O governo federal pecou nesse desfinanciamento feito em janeiro, ele retirou todo o apoio, tanto que o supremo, pelo pedido de diversos governadores, incluindo o da Bahia, decidiu que volte o financiamento dos leitos [...] O prefeito quase efetuou uma compra da vacina, mas foi negado porque o governo federal é quem tem a determinação legal para comprar vacina, aí o supremo veio, através de provocação de diversos municípios, e agora estamos nos movimentando para comprar vacina", explicou.

Leo Prates disse, ainda, que essas medidas do toque de recolher aqui na Bahia só terão uma folga no final desta semana para que haja a diminuição da curva de contágio. "Mantido esse cenário, se eles [epidemiologistas] estiverem certos, e esse cenário se agravar mais, eu acho pouco provável do governador e prefeito de não haver um tipo de prorrogação mesmo que de outra forma. O sistema de saúde não aguenta mais. Se a gente tiver um abrandamento de hoje para amanhã, o que é pouco provável, um abrandamento da crise de amanhã, para depois pode se manter outras medidas restritivas não com a força do que se está se fazendo", explicou.  

Além disso, ele pediu para a população ter um pouco mais de paciência e tolerância com o toque de recolher. "Essa conta é da parte da população que você vinha mostrando na TV, mostrando que as aglomerações trariam uma conta para nós e a conta chegou. A doença entrou em descontrole na cidade de Salvador", finalizou.

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