Coronavírus

TrateCov foi "extraído" ilegalmente por jornalista, mas não houve alteração na ferramenta, diz Capitã Cloroquina

Edilson Rodrigues/Agência Senado
Bnews - Divulgação Edilson Rodrigues/Agência Senado

Publicado em 25/05/2021, às 12h05   Luiz Felipe Fernandez


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Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta terça-feira (25), a secretária nacional do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro assegurou que o TrateCov, aplicativo criado pela pasta que recomendava uso de cloroquina e ivermectina até a pacientes bebês, foi "extraído" de forma "indevida" por um jornalista.

Segundo a secretária, membro da Conitec, o jornalista conseguiu extrair o sistema e passou a fazer simulações que foram compartilhadas nas redes sociais. 

Mayra admitiu que os parâmetros da ferramenta não foram alterados e que, apesar da extração, o sistema permaneceu igual ao projetado originalmente, com base em um aplicativo de uso internacional como o AndroCov. 

O jornalista, identificado por ela como Rodrigo Menegat, teria feito e divulgado, de acordo com Mayra, "simulações indevidas" com o aplicativo.

"Todas as providências legais estão sendo tomadas", garantiu Mayra, que apresentou o boletim de ocorrência do caso.

A secretária diz que a decisão pela criação do TrateCov e elaboração dos parâmetros são de responsabilidade da "equipe técnica" da sua pasta.

O relator Renan Calheiros agradeceu à fala de Mayra, que contraria o que foi dito pelo general Pazuello sobre alterações nos parâmetros do aplicativo.

Segundo a Capitã Cloroquina, somente um protótipo da plataforma foi apresentado em Manaus no dia 11 de janeiro. Ela ficou de listar à Comissão os servidores que participaram da viagem.

REVOLTA

O presidente Omar Aziz (PSD-AM), ex-governador do Amazonas, se revoltou com a inconsistência no depoimento de Mayra, que não deixou claro o motivo do TrateCov não ter sido colocado de volta no ar.

"Não faça isso comigo, secretária. Sabe quantos amazonenses morreram por falta de oxigênio? Se a senhora tinha aplicativo que ia salvar vidas, porquê não devolveu esse aplicativo?", questionou.

O senador governista Marcos Rogério (DEM-RO) pediu ao presidente da Comissão que tenha a mesma disposição quando chegar a hora do depoimento do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), para interrogá-lo.

Omar avisou que não está "ligando" para o governador e que terá a mesma conduta em qualquer oitiva, inclusive quando for o momento do comparecimento de governadores do DEM, partido do senador Marcos Rogério.

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