Política
Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) acusou uma deputada federal bolsonarista por envolvimento em um suposto ataque hacker ao site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além da parlamentar, o suposto responsável pela invasão também foi indiciado pela PF. Estes são os casos de Carla Zambelli (PL) e do hacker Walter Delgatti Neto.
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Os dois suspeitos podem responder por crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. Isso porque, de acordo com o relatório da polícia, os documentos encontrados com Zambelli condizem total ou parcialmente com os arquivos inseridos por Delgatti no sistema do CNJ. Para os investigadores isso comprova a participação da parlamentar no ataque, que foi planejado para impor dúvidas à credibilidade do Poder Judiciário.
Vale lembrar que as mensagens encontradas que ligam Zambelli ao hacker Delgatti foram sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo a deputada, o contato dela com o Walter Delgatti foram apenas para conseguir o endereço do ministro sob alegação de que a mãe da parlamentar queria enviar uma carta ao magistrado. Agora, com o final das investigações, a Procuradoria-Geral da República (PGR) definirá se há elementos ou não para oferecer uma denúncia contra os suspeitos.
O que dizem as defesas dos suspeitos?
Em uma nota, a defesa de Carla Zambelli rechaçou a possibilidade da deputada bolsonarista ter contratado o hacker Walter Delgatti. Os advogados da parlamentar dizem que Zambelli não solicitou tal invasão ao sistema do CNJ.
Ela jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões a sistemas ou praticasse qualquer ilicitude. Aliás, a arbitrária interpretação deduzida pela autoridade policial asseverando que a deputada tenha recebido eventualmente documentos, não evidencia adesão ou qualquer tipo de colaboração, ainda mais que ficou demonstrado que não houve qualquer encaminhamento a terceiros", diz o documento.
Por outro lado, a defesa do hacker Walter Delgatti afirmou que não se "surpreendeu" com o indiciamento do seu cliente. Segundo eles Delgatti tem colaborado com as investigações da Polícia Federal neste caso.
Desde sua prisão, Walter confessa sua participação na invasão da plataforma do CNJ. O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter, a todo momento, colaborou com a Justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele", explica a nota dos advogados de Delgatti.
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