Educação

MEC demite secretário de regulação do ensino superior particular

Wilson Dias/Agência Brasil
O cargo é alvo de forte assédio do setor empresarial e de políticos  |   Bnews - Divulgação Wilson Dias/Agência Brasil

Publicado em 16/10/2019, às 20h43   Folhapress


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O ministro da Educação, Abraham Weintraub, demitiu o titular da secretaria responsável pela regulação e supervisão do ensino superior privado, Ataide Alves. Por cuidar de autorizações de faculdades particulares, o cargo é alvo de forte assédio do setor empresarial e de políticos.

Essa é a segunda baixa na equipe de alto escalão montada pelo próprio Weintraub. Em maio, ele havia demitido o delegado Elmer Vicenzi da presidência do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

A informação sobre a saída do subsecretário foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada nesta quarta-feira (16) pela reportagem com fontes do MEC e pessoas ligadas à pasta. Alves foi avisado por telefone por estar fora do MEC em licença médica –ele não atendeu a reportagem. 

O MEC não confirma a demissão oficialmente.

A saída estaria ligada a descontentamentos do ministro e de empresários do setor privado de ensino superior com o ritmo de credenciamentos e outros andamentos da subpasta.

Weintraub já declarou que o MEC enxerga o setor privado como prioridade para a expansão de vagas e defendeu avançar com um sistema de autorregulação. 

O comando da Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior) tem sido disputado no governo Jair Bolsonaro (PSL). O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tentou emplacar um aliado ainda na transição, mas o ex-ministro Ricardo Vélez Rodriguez nomeou seu ex-aluno Marco Antônio Faria.

Ao assumir o MEC, em abril, Weintraub (que era auxiliar de Onyx na Casa Civil) anunciou que nomearia Silvio Cecchi para o posto. Cecchi ocupara o cargo no governo Michel Temer (MDB), já atuou em grandes grupos educacionais e atualmente é assessor especial de Onyx.

A indicação, no entanto, não vingou por divergências com relação a seu perfil, sobretudo dentro da ala militar (que, por sua vez, tem sido enfraquecida no MEC após a chegada de Weintruab). 

No fim de abril, o ministro confirmou Alves na subpasta. De perfil técnico, ele já atuava como chefe de gabinete da secretaria de ensino superior do MEC.

A pasta ainda tem uma possível baixa em breve. O presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Anderson Ribeiro Correia, se inscreveu para tentar voltar à reitoria do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), conforme o jornal Folha de S.Paulo revelou nesta quarta.

Weintraub também trocou, em agosto, a presidência do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) após acordo político para nomear Rodrigo Sergio Dias no órgão. O antigo titular, Carlos Alberto.

Decotelli, havia chegado ao posto com Vélez e é ligado ao grupo de militares.

O MEC chegou a anunciar que Decotelli iria para outra secretaria do MEC, de Modalidades Especializadas. Mas Weintraub desistiu depois, o que pegou o próprio ex-presidente de surpresa, e nomeou Ilda Ribeiro Peliz. 

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