O impasse entre professores e Governo Estadual parece não ter previsão para chegar ao fim. Na manhã desta segunda-feira (25), a equipe do Bocão News conversou, com exclusividade, tanto com a Associação dos Professores do Estado da Bahia (APLB) como a Secretaria de Educação.
De um lado, o presidente da APLB - Rui Oliveira. Do outro, o secretário Osvaldo Barreto. "Isso é um faz de conta", disse Rui Oliveira sobre as aulas organizadas pela sercretaria para serem oferecidas aos alunos do 3º ano a partir de hoje. Segundo Rui, nenhum dos colégios deu aula. "Eu mesmo estive no Teixeira de Freitas e Odorico Tavares. Tentaram até iniciar as aulas, mas não deu certo. E digo que os aulões programados não irão acontecer", afirmou.
Já o secretário de Educação afirmou à nossa equipe de reportagem: "O saldo da ação foi positivo. Todas as escolas abriram e estão dando aula. A APLB diz o contrário porque quer causar tumulto. Estamos monitorando os pólos previstos e houve sim pequenos contratempos, já resolvidos. Está tudo dentro da normalidade", afimou Barreto.
Rui Oliveira disse que nesta terça-feira (26) uma nova assembleia será realizada, às 9h, para decidir os rumos da paralisação, que já dura 76 dias. Ele reafirmou que uma contra-proposta foi enviada ao Governo, mas nenhum retorno foi dado ao sindicato. "Enviamos uma contra-proposta. Nela, solicitamos a revogação da lei que transformou salário em subsídio e o parcelamento dos 22,22% para este ano".
Secretaria: "Não há como aceitarmos esta contra-proposta. Não porque o Governo não queira, mas por absoluta falta de condições. A nossa expectativa é que eles retomem às aulas e estamos sempre abertos para sentar e conversarmos", garantiu o secretário.
Protesto
Em Cachoeira, cidade localizada no Recôncavo Baiano - que será sede do Governo do Estado até às 15h de hoje, um grupo de docentes se reuniu na porta da Igreja do Convento do Carmo e em gritos, pedem solução ao Governador.
Fontes ligadas ao Bocão News, que já estão na cidade, informaram que o Governador Jaques Wagner chegou por volta das 10h20 e que o cronograma da agenda está mantido. Uma equipe de reportagem já está chegando na cidade.
Capital
Nos colégios Lomanto Junior (Itapuã), Manoel Devoto (Rio Vermelho) e Roberto Santos (Cabula) informativos foram fixados na portaria e nas portas das salas, orientando as escolas e as turmas que funcionarão no local. Para o Lomanto Junior, por exemplo, devem comparecer os estudantes oriundos dos colégios estaduais Rotary, Satélite, Helena Matheus e Yeda Barradas Carneiro. Mas, na manhã de hoje, uma equipe do Bocão News esteve no local e os portões da instituição estavam fechados.
Mas, na manhã de hoje, por volta das 10h30, uma equipe de reportagem do Bocão News flagou o Colégio Estadual Lomanto Junior de portas fechadas.
Plano
As escolas polos fazem parte do plano de atividade para o retorno às aulas dos estudantes do 3º ano do ensino médio, desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, priorizando a garantia da continuidade das aulas aos alunos que realizarão vestibular e o Enem.
As unidades polo vão atender às escolas da região, a fim de evitar que os estudantes façam grandes deslocamentos. Além disso, eles permanecerão em suas turmas originais, preservando turno e horário regular matriculados. A única diferença será a mudança no espaço físico. A garantia da continuidade das aulas às turmas do 3º ano foi iniciada na última terça-feira (19), com a convocação de 1.200 professores em estágio probatório e do Regime Especial de Administração (Reda).
Além das aulas diárias, haverá aulões às quartas e sábados. O primeiro acontece nesta quarta, às 14h, no Colégio Estadual Carneiro Ribeiro (Escola Parque), na Caixa D’Água. As atividades serão coordenadas pelo professor Jorge Portugal.
Negociações
A proposta apresentada pelo governo prevê aumento de 4%, em outubro de 2012, e 3% em abril de 2013, na forma de progressão na carreira. Para isto, os professores que estão na categoria “A” passarão para uma nova, a “A1”, em progressão que representa um aumento entre 22% e 26% até 2013, incluindo os 6,5% e 11,5% já anteriormente concedidos à categoria. Há ainda a obrigatoriedade de se fazer um curso à distância para merecer o benefício. Os
professores discordam da necessidade de revogar a Lei 12.364, a qual assegura o cumprimento do piso salarial e também trata de reajustes reais nos salários dos trabalhadores.
