Eleições

O que são ‘fake news’? Saiba como funcionam e como se blindar às vésperas das eleições

Jefferson Rudy/Agência Senado
As notícias falsas se espalham pela internet mediante o compartilhamento massivo dos usuários, sobretudo nas redes sociais e do WhatsApp  |   Bnews - Divulgação Jefferson Rudy/Agência Senado

Publicado em 03/10/2018, às 11h19   Guilherme Reis


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O termo ‘fake news’ significa “notícia falsa”, ou "notícias falsas", em português. Trata-se de um conteúdo geralmente divulgado em sites e blogs desconhecidos e cujos recursos remetem ao texto jornalístico, mas as informações veiculadas não correspondem à realidade. Em síntese, são histórias fictícias, que visam manipular a opinião pública, o que não ocorre com notícias e reportagens publicadas em veículos de credibilidade.

No entanto, segundo o pesquisador Fernando Uilherme Barbosa de Azevedo, no livro “O Negócio Sujo das Fake News”, o termo tem sido utilizado por algumas pessoas até mesmo para classificar notícias verdadeiras, publicadas por grandes jornais ou revistas, mas que contrariem posicionamentos ideológicos de determinados setores da sociedade. O que é um erro, já que isso não significa que a informação seja inverídica. 

‘Viral’

As notícias falsas se espalham pela internet mediante o compartilhamento massivo dos usuários, sobretudo nas redes sociais e no WhatsApp. Um estudo do Instituto de Tecnologia de Masachussetts (MIT, na sigla em inglês), dos Estados Unidos, apontou que as ‘fake news’ se espalham 70% mais rápido do que as notícias verdadeiras, o que pode ser explicado pelo apelo à emoção e a sentimentos políticos.

Ainda em seu livro, Azevedo explica que o principal atrativo de uma notícia falsa é o título atraente, que tem o objetivo de instigar uma reação, seja ela positiva ou negativa. “Uma vez que o título consiga abalar os nervos de alguém, o trabalho está feito”, escreve. 

Devido ao seu poder de ‘viralização’, as notícias falsas, muitas vezes produzidas por empresas contratadas por grupos políticos, podem gerar uma onda de desinformação. De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta terça-feira (03), 61% dos eleitores do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirmam se informar pelo que recebem no WhatsApp, e 40% disseram compartilhar notícias de política na plataforma. Em relação aos eleitores de Ciro Gomes (PDT), esses percentuais são de 46% e 22%, respectivamente; com Fernando Haddad (PT), 38% e 22%; e Geraldo Alckmin (PSDB), 31% e 13%.

O diretor de Opinião Pública do Instituto Ipsos, Danilo Cersosimo, revelou um dado alarmante em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo nesta semana: o brasileiro é o povo que mais acredita em ‘fake news’ no mundo – são 62%. Em seguida, vêm o saudita e o sul-coreano (58%) e o peruano e o espanhol (57%). 

“As fake news são lidas e passadas adiante por quem não as percebeu como mentira e também pelos que perceberam. O que estes querem é queimar os concorrentes”, diz Cersosimo. 

Como reconhecer notícias falsas:

1 – Leia a matéria toda, e não apenas o título;

2 - Cheque a informação, verificando se foi noticiada por outros sites ou blogs, ou se não foi desmentida por alguma agência de checagem de fatos;

3 - Investigue se o site é confiável, quem o alimenta e se há pelo menos uma página vinculada nas redes sociais. Também é importante observar a fonte e se a matéria está assinada;

4 – Desconfie de notícias sensacionalistas, que soem boas ou ruins demais, ou que revelem, já no título, um posicionamento ideológico.

Classificação Indicativa: Livre

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