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Movimento de Prates no PDT e chance de chapa puro sangue pode implodir base de Neto

Roberto Viana/ BNews
Mesmo sob eventual manto pedetista, secretário de Saúde continua sendo visto como um nome da cota pessoal do prefeito  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana/ BNews

Publicado em 06/12/2019, às 20h46   Eliezer Santos e Victor Pinto


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Os últimos movimentos do secretário de Salvador, Leo Prates, de desfiliação do DEM para viabilizar sua filiação ao PDT, acendeu um sinal de alerta entre os caciques de partidos da base do prefeito ACM Neto (DEM).

Avalia-se que a mudança partidária é uma espécie de “jogo combinado” com o prefeito e pode terminar na formação de uma chapa “puro sangue” com Bruno Reis. 

O cenário tem sido desenhado em conversas reservadas e causa desconforto entre as legendas que tradicionalmente apoiam o Palácio Thomé de Souza, diante da possibilidade de um partido vindo do grupo oposicionista conseguir lugar de prestígio na chapa majoritária de sucessão. 

Mesmo sob eventual manto pedetista, Leo Prates continua sendo visto como um nome da cota pessoal de Neto. O movimento remete a 2016, quando o prefeito tinha vários pretensos a vice na sua chapa de reeleição espalhados em vários partidos: Bruno Reis pelo MDB, Silvio Pinheiro pelo SD, Guilherme Bellintani no PPS, Luiz Carreira no PV e João Roma no PRB – hoje Republicanos. 

Nos bastidores, os reclamantes não descartam implodir a base governista com esvaziamento em massa, caso continuem a se sentir alijados nas tratativas de sucessão. Pode crescer, nesse sentido, a adesão ao bloco SD, PSC, PTB e MDB coordenado pelo presidente da Câmara Municipal de Salvador Geraldo Júnior (SD).

A articulação de Neto para atrair o PDT ao governo municipal caminha simultaneamente com o namoro que mantém desde 2018 com líderes do PL, que agora decidiu caminhar de mãos dadas com os pedetistas nas eleições municipais de 2020 nas 50 maiores cidades do estado ou onde houver cenário favorável para ambos. 

Os liberais não entram em cena de mãos vazias. Eles trazem à mesa de negociação o nome do ex-candidato ao Senado e ex-deputado federal Irmão Lázaro, que é visto com bom perfil para compor na vice com Bruno Reis. Por ora, a direção estadual do partido analisa pesquisas de consumo interno para tomar qualquer decisão.

A jogada é vista como uma antecipação dos passos de ACM Neto com vistas a sua candidatura ao governo da Bahia em 2022, porque desde então ele já desfalcaria duplamente o conjunto de siglas de sustentação do governador Rui Costa (PT).  

A aproximação de Neto com o PDT baiano também segue a tendência do arranjo nacional que ele, como presidente do DEM, começou a fazer com o ex-presidenciável Ciro Gomes e outras frentes de centro esquerda com pretensão de formar um palanque nacional para 2022 de alternativa aos extremos defendidos pelo ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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