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Ilhéus: "Vou gerar mais de 10 mil empregos em quatro anos", promete Cacá Colchões

Alfredo Filho/Ascom
Candidato do PP afirmou também que vai "entrar pela porta da cozinha" do governador Rui Costa   |   Bnews - Divulgação Alfredo Filho/Ascom

Publicado em 28/10/2020, às 13h01   Nilson Marinho *


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O candidato à prefeitura de Ilhéus, no sul do estado, Cacá Colchões (PP), é um empresário conhecido na cidade. Chega à corrida eleitoral para reverter o resultado da última eleição, quando perdeu o pleito para o atual prefeito Mário Alexandre, o Marão (PSB). Conseguiu conquistar a confiança de 15.073 eleitores (17,50%), o que não foi o suficiente para derrotar o opositor que teve o dobro de votos, mais de 36 mil (41,83%).

Para conquistar o eleitor, Cacá se agarra na certa popularidade que cultiva como empreendedor e nas raízes humildes que diz ter. "Trabalho desde os 13 anos, sou filho de um mascate. De um vendedor de frangos para um vendedor de colchão. Trabalhar com o público é o meu destino, a realidade do dia-a-dia me fez crescer na área empresarial e também na política que, para mim, tem o objetivo de transformação de uma sociedade que desfavorece as minorias", disse ao Bnews, após uma reunião com sua equipe de campanha. 

Em seus discursos, sempre que pode, toca em duas grandes feridas da gestão de Marão: a demissão de cerca de 500 servidores contratados sem concurso nos anos 80 e o ressarcimento de R$ 2.246.723,93 ao cofres da prefeitura de Ilhéus por determinação do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), em razão do pagamento indevido de juros e multas ao INSS. 

"Meu CPF é limpo, minhas empresas são limpas. Quando alguém vai buscar um emprego, o comerciante quer saber do currículo, e o eleitor, que é o patrão do político, deveria buscar o histórico dele. Existe muita gente com mais de 50 processos trabalhistas e outros condenados, como é o caso do atual prefeito de Ilhéus pelo TCM", alfineta o progressista. 

Em seu plano de governo quer projetar Ilhéus ao cenário nacional, já que diz que a cidade ficou esquecida após seu potencial não ter sido levado em consideração pela atual gestão. Mira na cultura, turismo e na indústria como uma forma de aquecer o comércio local. Quer ainda implantar o BRT na cidade. "Se o doutor não cuidou, o empresário vai cuidar", provoca. 

Cacá promete não ter apenas o apreço dos petistas, mas, também, uma boa relação com o governo federal. "Minha vida é relacionamento. Meu partido também é Centrão, terei obras do governo Federal e do Estado porque meu partido tem o segundo maior cargo do Brasil, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que é do deputado Cacá Leão", completa o candidato.

Confira entrevista completa

  • Na última eleição, 49.309 eleitores não foram às urnas ou votaram em branco e nulo. É quase a metade do número de eleitores da cidade, que é 100 mil. Como explicar essa abstenção que pode ser acentuada com a pandemia? O quanto pode impactar a corrida eleitoral? 

Ilhéus é uma cidade que teve um êxodo rural muito grande. Muitas pessoas deixaram o campo e vieram morar na sede do município. Parte delas, não conseguiram emprego e foram para outras cidades. Uma pesquisa feita em 2016 mostra que 8,5 mil pessoas deixaram Guararema, uma cidade pertinho daqui, para Brusque, em Santa Catarina. Ilhéus e Itabuna perderam 1,5 mil pessoas que foram para lá em busca de emprego e renda. Esse é o grande mote da nossa campanha: a volta dos ilheenses para a terra natal.  Essa abstenção são de pessoas que foram embora e não transferiram o título, claro, tem um percentual de pessoas que estão indignadas com o político de um modo geral. Os meus amigos que se formaram comigo foram embora, mas ainda permanecem com os títulos aqui, por exemplo.

  • Como reverter isso?

Ilhéus tem tudo para crescer devido aos investimentos. Ela será uma das principais cidades econômicas do Brasil devido à ferrovia Oeste/Leste. Aqui também temos o Porto Sul, que é o segundo porto de Ilhéus e que será atração de empresas para a nossa cidade. Ela vai ajudar a escoar o minério que virá do Leste da Bahia. Com isso, vamos ter com mais frequência indústrias na região porque já temos a Zona de Processamento de Exportação, agora, só precisa do porto. A cidade será o grande "boom" de desenvolvimento do estado e do Brasil. Nós queremos que Ilhéus não seja uma Macaé (RJ) da vida, porque ela cresceu, mas de forma desordenada. Então, vamos crescer de forma ordenada e com parcerias porque vem muita gente construir o porto. Estima-se que mais de 5 mil pessoas devem desembarcar em Ilhéus. A grande massa vem do Brasil inteiro querendo essas vagas, me preocupo em treinar e qualificar nossa população, principalmente nos seis primeiros meses para que os empregos sejam da cidade e que nosso povo seja contemplado com esses investimentos.  A capital baiana tem indústria e turismo, com isso, emprego; Barreiras só tem a agricultura, mas ela tem trabalhadores que recebem renda de um setor forte; em Porto Seguro, tem o turismo, assim como Itacaré e Barra Grande; Ilhéus tem essas três funções: indústria, turismo e agricultura, e isso deve ser bem direcionamento na próxima gestão.

  • Rui Costa despontou em popularidade por ser considerado um modelo de "bom gestor" durante a crise, além disso, ele tem uma imagem positiva na cidade. Você tem ao seu lado como vice o ex-presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação e, também, o apoio público do vice-governador, João Leão (PP). O quanto isso impacta sua campanha?

Uma pesquisa de consumo interno aponta que o governador Rui Costa tem mais de 60% de força na cidade devido às obras e a atenção dada ao município. Entendemos que ele é o verdadeiro prefeito e que se preocupou com o nosso povo. Para ter uma ideia disso, ele doou 18 km de asfalto. Esse recurso veio há um tempo atrás, mas só agora, no período eleitoral, vai ser utilizado para uma obra eleitoreira, o que compromete a qualidade da aplicação dos asfalto. O PT poderia ter ido no projeto de Mário Alexandre, mas não aceitou, seria até mais fácil, já que ele é prefeito, está na base, tem a máquina e cargos de comissão, mas a sigla é coerente e não aceita o modus operandi da gestão. Everaldo foi escolhido pelo governador Rui Costa. Já temos uma parceria de estado. Ele é amigo pessoal de Rui e do futuro governador da Bahia, Jaques Vagner. Eu tenho força para administrar Ilhéus, não apenas com recursos próprios, mas porque tenho o governador do meu lado. Ele tem uma grande simpatia por mim e me vê como um trabalhador, proativo e, principalmente, responsável (...) Cacá e Everaldo vão entrar na casa do governador pela porta da cozinha para discutir os problemas de Ilhéus, sem precisar marcar reunião.

  • Caso ganhe as eleições, como você espera deixar Ilhéus no término do primeiro mandato?

Caso seja eleito, vou gerar, em quatro anos, mais de 10 mil empregos. Tenho certeza que vou ser considerado o melhor prefeito porque estudei e me preparei para isso. Os distritos vão dizer: "Cacá nós precisamos que você continue como prefeito". Os morros também vão dizer: "Cacá obrigado pelo o que você fez". Tudo o que vou fazer é minha obrigação.

* Repórter esteve em Ilhéus para a cobertura das eleições

Classificação Indicativa: Livre

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