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Zé Ronaldo nega acusação do MP sobre nomeação de servidora fantasma: “Sou ficha limpa”

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Caso faz parte de uma ação ajuizada para apurar suposto crime de responsabilidade em contratação de funcionários na área de saúde  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 10/09/2018, às 21h53   Redação BNews


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Uma das investigações que tramitam na Vara Criminal de Feira de Santana contra o candidato a governador Zé Ronaldo (DEM) aponta que o então prefeito nomeou uma funcionária que nunca trabalhou no cargo para o qual foi lotada. O caso faz parte de uma ação ajuizada pelo Ministério Público do Estado da Bahia em torno de crime de responsabilidade supostamente cometido por contratação de funcionários para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mangabeira. 

Até maio deste ano, o processo estava sob responsabilidade do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), mas acabou remetido para a primeira instância após o democrata perder a prerrogativa de foro ao deixar a administração municipal para participar do pleito de outubro. 

Segundo o MP, Ronaldo designou Luciene Aparecida Silva Brito Vieira para atuar como servidora comissionada “mesmo sabendo que não existia compatibilidade de horários com o cargo efetivo que esta última ocupava, e, devido a não prestação do serviço público no cargo de confiança, permitiu que fosse desviado dinheiro da municipalidade”. 

A escolha, conforme a denúncia, teve influência de Denise Lima Mascarenhas, à época secretária de Saúde da cidade. Atualmente postulante a deputada estadual pelo PHS, Denise é investigada na mesma ação. Ronaldo, por sua vez, nega as acusações.

“O alcaide teria alcançado proveito próprio, decorrente do enriquecimento político de seu nome e/ou de seu grupo partidário, bem como promovido o proveito alheio, atinente ao recebimento de remuneração por pessoa que não prestou o efetivo serviço público”, assinala o MP.

‘Sou ficha limpa’

Procurado pelo BNews, Zé Ronaldo afirma não ter cometido qualquer irregularidade durante suas gestões. “Sou ficha limpa. Não enriqueci na política. Fui prefeito de Feira quatro vezes e todas as minhas contas foram sempre aprovadas. Esses processos são administrativos. São processos de funcionários que foram contratados no período anterior à minha gestão. Um se declarou apto ao trabalho, mas depois foi descoberto que era aposentado por invalidez. Ele foi desligado assim que tomamos conhecimento do fato”, afirmou o candidato, por meio de sua assessoria.

“A segunda denúncia trata de uma acusação de funcionária que estava em outra função e já estamos esclarecendo tudo à Justiça. São casos isolados dentro de um universo de 10 mil funcionários na prefeitura de Feira de Santana. Estou muito tranquilo com relação a isso. Minha história é meu maior patrimônio”, acrescenta a nota.

Críticas ao PT

Ainda no comunicado encaminhado à reportagem, o ex-prefeito feirense aproveitou para centrar críticas a adversários políticos, dentre os eles Rui Costa (PT), atual chefe do Palácio de Ondina e seu principal rival na disputa eleitoral.

“Processo de corrupção quem responde é o PT. Todo mundo sabe que a operação Lava Jato está investigando um superfaturamento de 450 milhões na construção da Arena Fonte Nova e delações apontam mais de R$20 milhões de caixa 2 na campanha de Rui Costa em 2014.  A Polícia Federal chegou a fazer uma operação de busca e apreensão na casa do ex-governador Jaques Wagner atrás de provas. Isso sim merece destaque e é vergonhoso”, atacou.

O BNews não conseguiu contatar Denise Lima Mascarenhas até a publicação do texto.

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