Eleições
Publicado em 17/09/2018, às 12h45 Guilherme Reis
Com a crescente ascensão de Fernando Haddad (PT) nas intenções de votos, ultrapassando Ciro Gomes (PDT) e se aproximando de Jair Bolsonaro (PT), o PT já discute mecanismos para garantir a governabilidade de um eventual governo do ex-prefeito de São Paulo.
Segundo o colunista Cláudio Humberto, inclusive, o partido já negociaria em segredo uma aliança com o MDB com vistas ao segundo turno. Por sua vez, Haddad e o governador da Bahia, Rui Costa (PT), já defenderam o diálogo com o PSDB durante e depois das eleições. A sigla deixou o governo no fim do ano passado.
O fato é que, após o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula, o PT tentará se blindar de novas instabilidades caso reassuma o Palácio do Planalto. Para o historiador político da Universidade Federal da Bahia Carlos Zacarias, um eventual governo Haddad poderá ter um arco de alianças ainda maior do que os das gestões Lula e Dilma.
“O atual quadro, caminhando para um segundo turno com Bolsonaro, pode obrigar as outras forças a se agrupar contra ele. A governabilidade será constituída nas mesmas bases dos governos anteriores”, avalia.
Atualmente, partidos como DEM, PR, SD, PP e PSD, se aglutinam em torno da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), que continua a patinar nas pesquisas e, ao que tudo indica, não chegará ao segundo turno.
Além disso, nomes como os do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), declararam apoio a Haddad no início do mês, apesar de o MDB ter a candidatura de Henrique Meirelles.
Para Zacarias, o novo governo encontrará um país politicamente dividido e terá o desafio de lidar com movimentos de rua. “É possível que o próximo governo tenha de lidar com movimentos contrários e favoráveis de grande intensidade. A polarização da próxima eleição vai se manter. Já temos declarações de eventuais fraudes eleitorais. Isso foi legitimado por todos, tanto Bolsonaro quanto o PT”, pontua.
Além dos partidos de centro, as siglas de esquerda devem se unir em torno de Haddad. O PCdoB desistiu da candidatura de Manuela D’Ávila para ocupar a vice do petista. Há ainda o PDT e o PSB, bem como o PSOL, que se reaproximou do PT após o impeachment e a prisão de Lula.
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