Eleições

Debate SBT: Em alta nas pesquisas, Haddad vira alvo de Ciro e Marina

Reprodução/SBT
No primeiro bloco do debate, em que os candidatos fizeram perguntas entre si, a interação entre Haddad e Marina foi o grande ponto de tensão.  |   Bnews - Divulgação Reprodução/SBT

Publicado em 26/09/2018, às 19h53   Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

Em crescimento nas últimas pesquisas de intenção de voto, o candidato petista Fernando Haddad tornou-se o principal alvo de debate promovido por Folha, UOL e SBT nesta quarta-feira (26). Seus concorrentes Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) investiram incisivamente contra Haddad. Em pesquisa CNI-Ibope divulgada nesta quarta-feira (26), Jair Bolsonaro (PSL) segue como líder nas intenções de voto, com 27%, seguido do petista, com 21%. Além deles, compareceram Geraldo Alckmin (PSDB), Cabo Daciolo, Henrique Meirelles, Alvaro Dias e Guilherme Boulos. Bolsonaro recupera-se no hospital Albert Einstein, em São Paulo, após ter recebido facada em ato de campanha no início do mês. No primeiro bloco do debate, em que os candidatos fizeram perguntas entre si, a interação entre Haddad e Marina foi o grande ponto de tensão.

Ao questionar Marina sobre a revogação ou não da PEC do teto de gastos e a reforma trabalhista, Haddad ouviu que o Brasil está no "fundo do poço" em função da "corrupção de PT, MDB e PSDB". Segundo a candidata, o plano dela seria recuperar a credibilidade do país desgastada pelo PT com auxílio de Michel Temer (MDB), que tornou-se uma espécie de "batata quente" dos candidatos, um atribuindo proximidade com o presidente ao outro. "Quem botou o Temer lá foram vocês. O Temer traiu a Dilma e não conseguiria chegar lá sem a ajuda de vocês", disse Haddad, referindo-se ao apoio de Marina ao impeachment da ex-presidente."Não defendo terceirização de atividade-meio nem o teto feito pelo Temer. Engraçado você falar de impeachment depois de pedir bênção ao Renan Calheiros (MDB), que apoiou o impeachment. São dois pesos e duas medidas. O PT faz o discurso dos trabalhadores e leva o país ao buraco com o Temer", disse Marina, que foi congratulada por Ciro Gomes após a resposta.

Ciro participou do debate com uma sonda após ter passado por cirurgia de cauterização de áreas hemorrágicas na próstata nesta terça-feira (25). No bloco seguinte, em que os candidatos responderam a questões de jornalistas, foi a vez do pedetista trocar farpas com Haddad. Perguntado sobre a maneira que comporia seu governo se fosse eleito, Ciro disse que "se puder governar sem o PT, eu prefiro". Ele disse reconhecer os méritos das gestões passadas do PT, mas disse que o partido ajudou a criar uma "estrutura de poder odienta, que criou essa figura horrorosa que é o Bolsonaro". Ciro disse que sabe dialogar e pode acabar com a contradição entre PT e Bolsonaro "que está levando o país para a violência".

Pouco depois, Haddad referiu-se à fala de Ciro de maneira irônica ao dizer que fora convidado pelo concorrente para ser vice de sua chapa, que então teria chamado a dupla de "dream team". Álvaro Dias também escolheu a trilha do antipetismo como estratégia no debate. Chamando o partido de "organização criminosa", falou em "trilha de sangue" deixada por gestões petistas, referindo-se aos assassinatos de Celso Daniel e Toninho do PT, ex-prefeitos de Santo André e de Campinas, respectivamente. "Sempre fui contestador, sempre combati esse sistema corrupto, estou nessa campanha para impedir a volta de uma organização criminosa", disse.

Cobrado também por sua proximidade com Lula, Haddad seguiu estratégia desenhada pelo ex-presidente de enfatizar a geração de empregos em seus discursos. Além disso, o petista também tentou destacar números de sua passagem como ministro da Educação dos governos Lula e Dilma. "Vamos fazer o Brasil feliz de novo com estas duas palavras magicas: educação e emprego", resumiu Haddad na reta final de sua participação. Líder nas pesquisas de intenção de voto, o ausente Bolsonaro foi lembrado apenas pontualmente. Além da citação de Ciro, outra menção relevante foi feita por Boulos, que relembrou de episódio em que o capitão reformado do Exército defendeu o direito de empresários pagarem menos a mulheres do que a homens. Alckmin, que tenta subir nas pesquisas e ocupar o lugar do candidato do PSL, evitou citar o nome de Bolsonaro, chamando-o de “candidato da discriminação”.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp