Política

Empresas de favorecidos com o auxílio emergencial vencem pregão da Codevasf

Divulgação/Codevasf
Governo empenhou um montante de R$ 19,3 milhões para pagar empresas selecionadas em licitações do órgão  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Codevasf

Publicado em 22/04/2022, às 10h05 - Atualizado às 10h10   Redação


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Donos de três empresas de Goiás serão beneficiadas por R$ 19,3 milhões dos cofres públicos do Governo Federal.  Ex-beneficiários do auxílio emergencial, os empresários foram vencedores de pregões para fornecer picapes de tração 4 x 4 à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Regional, a Codevasf é controlada por partidos do Centrão. 

Segundo informações do Estadão, uma dessas empresas participou da licitação de ônibus escolares na qual foi apontado sobrepreço. Mesmo sem capital suficiente, essa empresa fez proposta de R$ 2 bilhões para vender 3.850 veículos destinados ao transporte de estudantes de áreas rurais a outro órgão do governo também controlado pelo Centrão, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O Estadão ainda revelou a existência de documentos indicando que as três empresas têm ligações. Além de estarem registradas em nome de ex-beneficiários do auxílio do governo, possuem o mesmo contador e seus donos ou endereços estão vinculados à Fazenda Nova, cidade de 5 mil habitantes a cerca de 200 quilômetros de Goiânia. 

A dona de uma dessas empresas, a BR-Prime Comercial e Serviços, foi identificada como Maria Cristina Ribeira da Silva. Cabeleireira, ela admitiu ser “laranja” e disse ter emprestado o nome para Bruno Araújo Navega. “Ele tinha uma empresa, só que ele queria abrir outra, eu emprestei meu nome, entendeu?”, disse ela. “Como a gente se separou, ele ficou com a empresa. Eu estava para resolver esse trem, mas nem corri atrás.”

Diante dos fatos, a professora de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio, Natasha Salinas, afirmou que a Lei de Licitações proíbe a contratação de empresa ou profissional inidôneos. Se os donos forem laranjas, disse a professora, as empresas estão inaptas para assumir contratos com a administração pública.

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