Política

Entenda por que a PEC Kamikaze pode ajudar Bolsonaro

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Oposição e situação travam queda de braço no Congresso por causa da PEC Kamikaze  |   Bnews - Divulgação Antônio Cruz/Agência Brasil

Publicado em 06/07/2022, às 16h57   Redação BNews


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Apelidada de Kamikaze pela oposição e até mesmo pelo ministro da Economia do presidente Jair Bolsonaro (PL), Paulo Guedes, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 1/2022, prestes a ser votada na Câmara depois da aprovada no Senado, pode vir a beneficiar o liberal que vem buscando a reeleição a todo custo e tentando alavancar-se nas pesquisas.

Para se ter uma ideia da ânsia pela votação da matéria, o relator do texto na Câmara, o deputado federal Danilo Forte (União-CE), cedeu à pressão do governo e não fará modificações no texto aprovado pelo Senado - se houvesse modificações na matéria, ela retornaria ao Senado para nova análise, atrapalhando os planos do mandatário de implementar as medidas antes de agosto.

Apensada da PEC dos combustíveis (15/2022) - que já está em comissão especial na Casa -, a PEC dos Benefícios prevê, por exemplo, o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, a ampliação do vale-gás, um voucher para caminhoneiros de R$ 1 mil mensais e auxílio-gasolina destinado a taxistas.

O custo total é de R$ 41,2 bilhões. A análise da proposta na Comissão Especial teve início logo após o fim da sessão conjunta do Congresso, na noite desta terça-feira (5). O texto deve passar por duas sessões do colegiado, presidido pela deputada Celina Leão (PL-DF).

De acordo com Danilo Forte, o objetivo concluir todos os trâmites legislativos para que a PEC seja votada ainda nesta semana.

"Estenderemos até quinta ou sexta-feira para concluir a votação. Vou cumprir minha tarefa, que é garantir o pagamento dos benefícios", disse o parlamentar ao Estado de Minas. Ele considerou possível apreciar a PEC no plenário da Câmara já na semana que vem.

Obstrução

Do lado da oposição, que tentou obstruir a pauta, uma das principais queixas está relacionada com a validade dos benefícios, até o mês de dezembro. Para os congressistas, isso será insuficiente no enfrentamento à insegurança alimentar e à carestia.

Por conta disso, a PEC vem sendo classificada como eleitoreira, justamente por acabar pouco depois do pleito de outubro.

"Nós temos um governo, de uma agenda ultraliberal, que faz com que o Brasil seja um dos países mais desiguais do mundo. Criam uma PEC eleitoreira, demagógica e mentirosa para tentar garantir três meses de auxílio, para ver se ele (Bolsonaro) recupera um, dois ou três pontos na pesquisa", ressaltou a deputada Fernanda Melchionna (PSol-RS).

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