Política

Ex-contador do filho de Lula é alvo da polícia; saiba motivo

Ricardo Stuckert/ Divulgação
João Muniz Leite é apontado como um dos envolvidos em um esquema do PCC com a empresa de ônibus UPBus  |   Bnews - Divulgação Ricardo Stuckert/ Divulgação

Publicado em 09/04/2024, às 10h35   REDAÇÃO


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O Grupo Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou, na manhã desta terça-feira (9), a Operação Fim de Linha, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) com a empresa de ônibus UPBus.

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De acordo com o jornal Estado de São Paulo, um dos principais alvos da operação é o contador João Muniz Leite, conhecido como o Contador do Lulinha por ter trabalhado para Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Muniz começou a ser monitorado pela Polícia Federal em 2021, no âmbito da Operação Ataraxia, do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). O contador era suspeito de ter acumulado 55 prêmios na loteria. Ao ser ouvido pelos policiais, ele admitiu ter ganhado 250 vezes nas mais diversas loterias.

No entanto, o número de premiações tem crescido conforme a investigação avança. Segundo o inquérito da PF, Muniz e a esposa, Aleksandra Silveira Andriani, ganharam juntos 640 vezes nas Lotofácil, Mega Sena e Quina. Aleksandra sozinha ganhou 462 prêmios entre 18 de dezembro de 2020 e 25 de novembro de 2021, com um prémio que chega a R$ 2,45 milhões, após ter apostado R$ 2,14 milhões. Já Muniz, ganhou 178 sorteios entre 3 de janeiro de 2019 e 17 de abril de 2021, acumulando uma premiação de R$ 17.528.815,00, após desembolsar R$ 381.625,00 em apostas.

Na operação deflagrada nesta terça-feira (9), a PF identificou um esquema de lavagem de dinheiro em um sistema de transporte capturado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime contaria com a atuação de escritórios de contabilidade, agentes, fundos imobiliários, empresas de máquina de cartão de crédito e débito e distribuidoras de combustível.

É nessa rede de empresários que Muniz e seus clientes ligados à UPBus entraram na mira da Polícia Federal. Ao longo dos últimos sete anos, a empresa registrou prejuízos de até R$ 5 milhões por ano. No entanto, apenas um de seus acionistas, identificado como Admar de Carvalho Martins, recebeu R$ 15 milhões em “lucros distribuídos”.

Segundo o Gaeco, Martins tentou acobertar a natureza e a movimentação de valores vindos dos crimes de tráfico de drogas e organização criminosa para compra de 58 cotas do capital social da UPBus, avaliadas em R$ 7.168.800,00. Além da relação com o grupo de Martins, Muniz teria ainda atuação junto com líderes do PCC envolvidos com a empresa.

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