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Exército: Insatisfação de Lula e mudança de comando podem acarretar em demissões; saiba quem pode sair

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Lula optou por mudança de comando no Exército após rusga com Júlio César de Arruda  |   Bnews - Divulgação Foto: Ricardo Stuckert

Publicado em 23/01/2023, às 06h38   Cadastrado por Vinícius Dias


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O general Júlio César de Arruda sequer durou um mês no cargo de comandante do Exército Brasileiro e foi demitido do cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem teve uma grande rusga após os atos antidemocráticos que aconteceram no dia 8 de janeiro.

A decisão do afastamento foi tomada em conjunto com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pode ter novos impactos: outros cargos estratégicos do Exército devem ter mudanças. Alguns por insatisfação do petista, outros por mudanças naturais com as trocas de comando.

As definições das mudanças contarão com influência do novo comandante do Exército, Tomás Paiva.

Uma das mudanças consideradas certas é com o tenente-coronel Mauro Cid. Ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o militar foi designado no ano passado para comandar o 1⁰ Batalhão de Ações de Comando, em Goiânia, segundo o jornal Folha de São Paulo.

A saída do tenente-coronel é fruto de um acordo entre Exército e Palácio do Planalto enquanto investigações sobre ele correm na Polícia Federal. A situação de Mauro Cid foi considerada a gota d'água para a queda de Arruda.

Segundo a Folha, Lula queria a retirada do tenente-coronel do posto de comando enquanto investigações sobre transações suspeitas feitas por ele, com recursos da família de Bolsonaro, estivessem na mira da Polícia Federal. Arruda resistiu à mudança.

Outro problema é a manutenção do general Gustavo Henrique Dutra no cargo de comandante Militar do Planalto. Dutra e Arruda queria evitar que a Polícia Militar prendesse os golpistas na noite do ataque aos Poderes. A estratégia era a apoiada por Múcio.

Quem também pode perder o posto é o tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, chefe do Batalhão da Guarda Presidencial. Ele é acusado de dificultar a prisão de golpistas dentro do Palácio do Planalto e está na mira de um inquérito policial-militar.

A última mudança é a saída do general Valério Stumpf Trindade. Ele e Tomás Paiva ascenderam ao posto de general de Exército juntos em julho de 2019 e, pelas regras militares, o comandante da Força não pode ter entre os subordinados nenhum militar mais antigo.

Stumpf é o atual chefe do Estado-Maior do Exército, cargo considerado como número 2 da Força. A vaga da chefia do Comando Militar do Sudeste, até então comandando por Tomás, também ficará em aberto.

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