Política

Cartão corporativo: Bolsonaro gastou milhares de reais na própria campanha, inclusive na Bahia; saiba detalhes

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Bolsonaro gastou milhares de reais com a campanha eleitoral entre agosto e novembro  |   Bnews - Divulgação Foto: Carolina Antunes/PR

Publicado em 13/02/2023, às 06h36 - Atualizado às 06h36   Cadastrado por Vinícius Dias


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O cartão corporativo da Presidência da República foi utilizado por Jair Bolsonaro (PL) para bancar gastos da sua própria campanha eleitoral em 2022, quando o ex-presidente foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um levantamento feito pelo Uol em cima de notas fiscais pagas com o cartão totalizam, até o momento, R$697 mil em gastos de campanha. Os valores, no entanto, podem ser ainda maiores porque nem todas as notas foram publicizadas. Parte dos gastos foram em atividades na Bahia.

A lei prevê que o partido ou a coligação deve ressarcir a União em gastos de transporte pessoal do candidato e sua comitiva durante o período eleitoral, em um prazo de dez dias, mas nada fala sobre os demais gastos.

As planilhas dos gastos foram divulgadas em resposta à agência Fiquem Sabendo por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação). As notas estão em relatórios classificados como "atividade eleitoral".

A primeira agenda de campanha do ex-presidente na Bahia foi em Vitória da Conquista, quando fez motociata após ser recebido pelo ex-ministro da Cidadania, João Roma (PL), que foi candidato ao governo do Estado.

Naquele dia, o cartão corporativo da presidência gastou R$ 50 mil só em lanches —foram 1.024 lanches frios de uma padaria e 512 barras de cereal, entre outros itens.

Cerca de 50 pessoas se hospedaram por três dias em Vitória da Conquista para garantir a segurança presidencial, acrescentando R$ 44,7 mil à fatura do cartão corporativo, de acordo com o levantamento.

Dois dias após o primeiro turno, Bolsonaro esteve em Aparecida-SP e, só nessa viagem, o cartão corporativo bancou R$ 40.255,80. Entre as despesas, estão R$ 18 mil com hotel e R$ 15.946,80 com lanches.

O partido de Bolsonaro devolveu gastos com transporte. A lei permite, contudo, o uso de recursos públicos para deslocamento de presidente em campanha desde que sejam ressarcidos.

A prestação de contas eleitoral do PL aponta ressarcimento à União de R$ 4,8 milhões referentes a transporte e deslocamento de Bolsonaro em 48 eventos eleitorais. No entanto, o ex-presidente teve ao menos 80 agendas no período da campanha.

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