Política

Gonçalves Dias mandou retirar de relatório informes que alertavam sobre o ataque em 8 de janeiro

Gilberto Júnior/ Arquivo BNews
Na noite de sexta-feira, dia 6 de janeiro, dois dias antes do ataque, já se sabia sobre o risco de invasão ao Congresso  |   Bnews - Divulgação Gilberto Júnior/ Arquivo BNews

Publicado em 14/06/2023, às 18h11   Cadastrada por Letícia Rastelly


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O relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre os ataques do dia 8 de janeiro estava incompleto ao ser entregue ao Congresso. Acontece que o general Gonçalves Dias, que à época estava no comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), suprimiu os alertas que foram enviados a ele no documento entregue em 20 de janeiro.

A descoberta foi recente e ocorreu após o pedido da Comissão de Atividades de Controle de Inteligência (CCAI) à Abin, que foi entregue de modo espontâneo pela Agência, que já não estava sob o comando do GSI, mas sim da Casa Civil. Esse relatório teria sido confeccionado a partir de um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, GDias havia mandado que essas notificações fossem suprimidas, sob o argumento de que essa troca de informações não ocorreu por canais oficiais. A diferença entre esses dois documentos seria de 11 alertas enviados a GDias, de acordo com O Globo.

No primeiro documento, a Abin elaborou uma planilha com os informes distribuídos pela agência via WhatsApp (um canal que vinha sendo utilizado oficialmente desde a gestão de  Augusto Heleno, na gestão de Bolsonaro) no período que antecedeu as depredações na Esplanada. Já no segundo relatório havia também o informe enviado diretamente a GDias e também os alertas disparados no Grupo de WhatsApp da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.

Esse novo material indica que na noite de sexta-feira, dia 6 de janeiro, dois dias antes do ataque, já se sabia sobre o risco de invasão ao Congresso, a possibilidade de ações violentas em outros edifícios da Esplanada e ainda a existência de manifestantes armados.

O documento atualizado foi analisado em 31 de maio, pelos parlamentares que integram a Comissão e, a partir da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, foram enviadas cópias à PGR.

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