Justiça
Publicado em 21/09/2020, às 18h44 Redação BNews
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ) formou, nesta segunda-feira (21), maioria favorável a tese que pedia a inelegibilidade de Marcelo Crivella (Republicanos), prefeito do Rio de Janeiro. Crivella é denunciado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) por dois casos, o primeiro que ficou conhecido como "Fala com a Márcia" e o segundo, é por um comício para apresentar candidatos aos servidores da Comlurb.
O relator desembargador Claudio Dell'Orto votou pela improcedência do caso "Fala com a Márcia" e pela procedência do segundo caso. O voto do relator foi seguido por outros três integrantes da Corte, que é composta por sete desembargadores. O julgamento será retomado na próxima quinta-feira (24), após o pedido de vistas do desembargador Vitor Marcelo Rodrigues.
O prefeito é candidato à reeleição e, segundo o Tribunal Regional Eleitoral, fica inelegível nesta eleição [a menos que a situação seja revertida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)]. A defesa declarou que vai recorrer em caso de derrota e entende que ele está apto a participar do pleito.
Dell'Orto votou pela condenação do prefeito por: abuso de poder político, conduta vedada e pela multa máxima de R$106 mil. O Ministério Público Eleitoral pediu que Crivella perdesse os direitos políticos até 2026 pelas situações.
Comício Comlurb
Em setembro de 2018, funcionários da Comlurb foram convocados e levados em carros oficiais para uma reunião na quadra da escola de samba Estácio de Sá. No local, o filho de Crivella, Marcelo Hodge Crivella, foi apresentado como pré-candidato a deputado.
"Eu não podia deixar de vir aqui pedir a vocês, humildemente. Não é o prefeito que tá pedindo, nem é o pai do Marcelinho. É um carioca", disse Crivella no evento.
"Fala com a Márcia"
Na situação, o prefeito foi flagrado indicando líderes evangélicos a procurar uma servidora para que os fiéis tivessem preferência na fila de hospitais. A procuradora regional eleitoral Silvana Batini afirmou que a reunião ocorreu com cabos eleitorais "seduzidos com a promessa de vantagens".
“Nós estamos fazendo o mutirão da catarata. Eu contratei 15 mil cirurgias até o final do ano. Então, se os irmãos tiverem alguém na igreja, e se os irmãos conhecerem alguém, por favor, falem com a Márcia. Ou com o Marquinhos”, afirmou Crivella em julho de 2018.
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