Política

Lideranças indígenas têm medo de Lula não cumprir promessa de campanha importante; saiba mais

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Lula sugeriu que iria 'dar jeitinho' em promessa feita a lideranças indígenas, que rechaçam  |   Bnews - Divulgação Foto: Ricardo Stuckert

Publicado em 09/12/2022, às 09h56   Cadastrado por Vinícius Dias


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Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está numa saia justa com lideranças indígenas por conta de uma promessa de campanha que pode não se concretizar. A promessa foi reforçada durante a participação dele na COP-27, que aconteceu no Egito.

Lula anunciou para lideranças como Joenia Wapichana (Rede) e Sônia Guajajara (PSOL) que iria criar um Ministério dos Povos Originários. No entanto, ele deu um passo atrás nos últimos dias e chegou a sugerir que a pasta seria somente uma secretaria vinculada ao Palácio do Planalto.

A proposta é rechaçada pelas duas líderes, que ocuparão lugar no Congresso Nacional a partir de 2023. Sônia Guajajara é o nome mais cotado para assumir a pasta, caso ela seja criada.

“A base do meu ministério será a base dos ministérios que eu tinha no meu segundo mandato, com uma coisa acrescida, que é o Ministério dos Povos Originários, que eu não sei se vai ser de cara um ministério ou uma secretaria especial ligada à Presidência da República", disse Lula.

"Nós ainda vamos discutir, eu vou conversar com diversos companheiros, com as comunidades indígenas, porque eu acho que a gente precisa dar um sinal de respeito à população indígena neste país”, completou.

Wapichana, membra da equipe de transição, classifica como inaceitável que o Ministério não seja criado.

“Foi promessa de campanha de Lula no acampamento dos indígenas, aqui em Brasília”, disse a parlamentar.

A questão surpreendeu a equipe de transição, que ainda segue debruçada sobre o projeto do Ministério. "Vamos continuar os trabalhos na perspectiva da criação de um ministério robusto, com a responsabilidade de coordenar e organizar uma política indigenista de Estado", afirmou, ao jornal Folha de São Paulo, Kleber Karipuna, coordenador do grupo de trabalho.

Esta não é a primeira tensão entre Lula e os indígenas, que já demonstraram insatisfação com os nomes inicialmente escolhidos para compor o grupo de transição. Dos 19 nomes indicados, 16 foram ignorados.

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