Com ventos de 21 km/h, ‘Bandilma’ é inflada na Barra

Os ventos não deram trégua, mas movimentos sociais em defesa do impeachment conseguiram inflar o boneco da presidente da República Dilma Rousseff, batizado de 'Bandilma', no Farol da Barra, neste domingo (11), em Salvador.

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Com duas horas de atraso, o boneco de 13 metros de altura, aos poucos, foi ganhando 500 m³ de ar para estrear a turnê pelo Nordeste, iniciada na capital baiana. O motivo do atraso, segundo a coordenadora do movimento, Carla Zambeli, foi uma espécie de “crise elétrica”.

“Deu problema no nosso gerador e precisamos fazer alguns reparos. Por isso, precisamos atrasar, mas agora está tudo pronto para estocarmos vento na Bandilma”, disse ela, ironizando o discurso da chefe palaciana, na ONU, em que defendeu o desenvolvimento de tecnologias para estocagem de vento.

Carla Zambeli, coordenadora do ato

Depois de Salvador, 'Bandilma', que foi confeccionada através de "vaquinha" ao custo de R$ 10,5 mil, vai subir a região Nordeste “em escada”. “Vamos para Aracaju, Maceió, Recife... Na sequência, vamos a Belém e Manaus”, indicou Zambeli. Na capital baiana, o ato em defesa do impeachment foi organizado por quatro movimentos: Ordem dos Médicos do Brasil, secção Bahia; Movimento Brasil Livre; Vem Pra Rua; e Nas Ruas.

“Escolhemos o Nordeste porque a presidente gaba-se de ter recebido número expressivo de votos na região. Hoje, o número se inverteu e é grande a desaprovação dela aqui”, explicou Zambeli.

Maus ventos

Em sua terceira aparição em capitais brasileiras, 'Bandilma' chegou tímida a Salvador, embalada em sacos verdes, pretos e brancos, enquanto os organizadores resolviam os problemas com a tecnologia para armazenagem de vento.

'Bandilma' chega ao Farol embalada em sacos

Esses mesmos ventos, no entanto, dificultaram o trabalho para levantar o boneco inflável que tem a altura correspondente ao número do Partido dos Trabalhadores ao qual Rousseff é filiada.

“Está tão forte que é capaz desse boneco ir parar em Itaparica. Estou acompanhando a situação. Não estão falando em estocar vento?”, disse o curioso técnico de eletrônica Jairo Alexandrino. “Quero saber quem vai ser o Salvador da Pátria caso ela seja impedida de continuar”, completou.

A nutricionista Maria Luiza Fonseca declarou-se a favor do impeachment. “Acho difícil essa briga, mas temos que tomar uma atitude. É preciso tirar essa corja de ladrões do poder, exterminar. Tá triste”, definiu.

Em tempos democráticos, houve quem se posicionasse contrário ao ato. “Acho uma palhaçada! Quando você pergunta quais os motivos do protesto, eles se limitam a responder que é a corrupção. Mas, vai ver onde fizeram a ligação do gerador para encher o boneco”, apontou a educadora física Renata Galvão.

O ponto de energia utilizado pelos organizadores foi uma ligação elétrica instalada pela Coelba em um poste na Rua Marques de Leão para uso da baiana de acarajé Sônia, que não gostou nada de chegar para trabalhar e não poder ligar os equipamentos.

Organizadores usam ponto de energia de baiana de acarajé, que se revolta

“Meteram a mão e botaram na tomada. Nem perguntaram se podia. Depois disseram que pensaram que era da prefeitura. Vieram combater corrupção desse jeito”, questionou a ajudante da baiana, de prenome Conceição.

Entre um problema e outro, e no meio das comemorações pelo Dia das Crianças e da Padroeira do Brasil, enquanto uns discutiam o cenário político brasileiro, outros aproveitavam para fazer selfies com 'Bandilma' antes que o vento levasse o boneco.