Política

Mulheres presas por causa dos atos terroristas de 8 de janeiro se queixam de “depressão, diarréia e fome”; saiba detalhes

Valter Campanato / Agência Brasil.
A maioria das presas reclama de questões relacionadas à saúde mental, como depressão e ansiedade  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato / Agência Brasil.

Publicado em 05/03/2023, às 19h45 - Atualizado às 20h57   Cadastrado por Edvaldo Sales


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Algumas mulheres que foram presas por participarem dos atos terroristas que destruíram os principais prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, escreveram cartas clamando por tratamento médico para as mais diversas enfermidades, entre elas depressão e diarreia.

O site Metrópoles teve acesso aos manuscritos das detentas da Penitenciária Feminina do Distrito Federal, conhecida como Colmeia. Em um bilhete, Jaqueline Konrad, de 37 anos, falou sobre a falta de médicos para atender uma micose na virilha e reclamou de uma frequente dor na bexiga. Ela disse também que possui ovário policístico e um distúrbio hormonal que pode gerar problemas como irregularidade menstrual e acne.

Já Maria do Carmo, 60 anos, que está presa na ala D da Colmeia, disse que se sente “depressiva” e pede por um tratamento oftalmológico por conta da “visão com manchas escuras”, segundo ela, depois de tomar duas doses de imunizantes contra o coronavírus no sistema prisional.

De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape/DF), dentro das unidades prisionais existem unidades básicas de saúde (UBS) e todas as recém ingressas passaram por triagem com profissionais da saúde para identificação de possíveis doenças infectocontagiosas, crônicas e organizar o uso de remédios contínuos.

Segundo o Metrópoles, a maioria das detentas reclama de questões relacionadas à saúde mental, como depressão e ansiedade. Em uma das cartas obtidas pelo portal, uma das presas narrou um quadro mais crítico de síndrome do pânico, causada pelo suicídio repentino do filho, em 2021, durante a pandemia. O evento traumático também gerou um Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).

A presa Adriana Alves revelou, por exemplo, conviver com distúrbio bipolar, três tipos de depressão, pressão alta, pré-diabetes e enxaqueca. Outras que sofrem com problemas semelhantes é a Maria Eunice, a qual também está depressiva, e Luciana Rosa, que sofre de síndrome do pânico e bipolaridade.

Na Colmeia, a Seape disponibiliza um quadro de profissionais focado em saúde mental. São dois psicólogos e um psiquiatra. As detentas podem ser atendidas e, caso necessário, ter medicamentos prescritos.

Alimentação

Outro ponto levantado pelas detentas é a alimentação. Em seu relato, Indianara Corrêa, 32, falou sobre suas condições de saúde. Além de dois nódulos no peito, a mulher falou sobre problemas com hipertensão e que estava sem medicamentos pois tinha uma alimentação correta. A hipertensão também é mencionada na carta de Ana Elza, Maria Aparecida, Marília Ferreira e Sandra Maria.

A detenta Nilvana Monteiro, de 50 anos, disse ter “nódulos no pescoço, depressão severa, trombofilia, hipertensão desregulada, hérnias, desgaste no quadril, tendinite, bursite, cistite, vascularização comprometida, infecção urinária, nervo trigêmeo inflamado, fungos na unha, diarreia, [dor na] coluna cervical e na lombar”.

Ao Metrópoles, a Seape afirmou que as detentas recebem quatro refeições diárias: café da manhã, almoço, jantar e ceia.

Atualmente, 751 pessoas seguem presas e 655 foram liberadas para responder em liberdade, com tornozeleiras eletrônicas. Só na última quinta-feira (2), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes liberou mais 52 presos. O número tende a aumentar nos próximos dias.

Classificação Indicativa: Livre

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