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Conselho da ONU pede que Caracas aceite ajuda

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O Conselho declarou ainda estar "profundamente preocupado com as graves violações de direitos humanos"  |   Bnews - Divulgação Brazil Photo Press/Folhapress

Publicado em 28/09/2018, às 06h53   Folhapress


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O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta quinta (27) uma resolução histórica sobre a Venezuela, na qual pede que o governo do ditador Nicolás Maduro aceite a ajuda humanitária para solucionar os problemas de escassez de alimentos e medicamentos no país.

É a primeira vez em sua história que o conselho adota uma resolução sobre a Venezuela, afirmou à AFP um porta-voz do órgão da ONU com sede em Genebra, Rolando Gomez.
O texto, proposto por Argentina, Peru, Chile e Colômbia, além do Canadá, foi aprovado por 23 dos 47 Estados representados no órgão em Genebra, incluindo o Brasil.

Outros 17 se abstiveram -África do Sul, Angola, Arábia Saudita, Costa do Marfim, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Filipinas, Iraque, Quênia, Quirguistão, Mongólia, Nepal, Nigéria, Qatar, Senegal, Togo e Tunísia- e 7 votaram contra (China, Cuba, Egito, Paquistão, Burundi, República Democrática do Congo, além da própria Venezuela).

A resolução pede a Caracas que "aceite ajuda humanitária com o objetivo de remediar a escassez de alimentos, medicamentos e recursos médicos", que vem provocando um "aumento da desnutrição, em particular de crianças, e a aparição de doenças que haviam sido erradicadas ou controladas" na América do Sul".

O Conselho declarou ainda estar "profundamente preocupado com as graves violações de direitos humanos, que se produzem no contexto de uma crise política, econômica, social e humanitária" citadas em relatório do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU publicado em junho de 2018.

O Conselho, que não tem poder para garantir a aplicação de suas decisões, também pressiona o governo venezuelano a cooperar com o Alto Comissariado, dirigido desde setembro pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet.

A situação na Venezuela dever ser alvo de novo relatório na 41ª sessão do Conselho, que será em junho de 2019.

Na véspera, em discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Nicolás Maduro afirmou que a crise humanitária na Venezuela foi fabricada para justificar uma intervenção no país. No mesmo dia, líderes de Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru enviaram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) um pedido de investigação por crimes de lesa-humanidade cometidos pelo regime de Maduro desde fevereiro de 2014.

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