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Na Sombra do Poder: Nilo manda recado a Rui, bastidores da Alba e mais

Publicado em 07/05/2015, às 09h42   Editoria de Política (Twitter: @BocaoPolitica)


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Recado dado
As más línguas já espalharam. A ausência de deputados do PDT na primeira tentativa de votar o projeto de lei que reajusta o salário dos servidores foi um recado do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT). Líder inconteste dos pedetistas, essa foi uma forma de Nilo mostrar ao governador Rui Costa que tem poder de fogo no Legislativo. Digamos que foi uma espécie de ‘recado endereçado’ ao Palácio de Ondina. Como pano de fundo, o desejo de Nilo é que Rui Costa suplemente o orçamento da Assembleia para que o reajuste da verba de gabinete, que proporcionou o aumento salário dos assessores dos deputados, seja garantido até dezembro. Sem a suplementação, o reajuste fica valendo até agosto.
Escolha de relator
Durante a votação do projeto do reajuste dos servidores, o deputado Zé Neto (PT) se encontrou com Nilo e perguntou, na sessão que foi derrubada: "Quem vai ser o relator?" E Nilo respondeu: "Você é quem escolhe?" para a alegria do líder do governo, já que a prerrogativa é do presidente da Casa. No outro dia, Nilo convocou o líder do PT, deputado Rosemberg Pinto (PT) para relatar a matéria. O governo não poderia dar mole já que a matéria contava com emenda da oposição que indicava retroativo a janeiro e não março como o governo ofertou.
Voto de protesto
A conturbada votação do reajuste salarial dos servidores públicos contou com a aprovação de 58 deputados. Foram 41 a favor e 17 contra. O governista Alan Sanches (PSD) fez seu protesto individual e preferiu não votar. Os oposicionistas Augusto Castro (PSDB) e Sildevan Nóbrega (PRB) também se abstiveram.
Sinal amarelo
As insatisfações da base aliada do governador Rui Costa na Assembleia Legislativa da Bahia já chegaram aos ouvidos de Josias Gomes. Deputados governistas confessaram que a falta de ‘jogo de cintura’ do secretário petista de Relações Institucionais tem dificultado o diálogo. O sinal amarelo foi aceso e o governo teve a sua primeira derrota parcial na Casa. Um dia a falta de quórum, no outro a votação de toda a bancada.
Cobertor curto
Enquanto isso, o secretário Josias Gomes admitiu falhas. Ao Bocão News, disse que reconhece alguns erros, mas garante que não é proposital. “É papel da base exigir nessa relação. Às vezes falho mesmo, mas não é no intuito de prejudicar ninguém.  É difícil mesmo. O cobertor é curto”. Vale lembrar que o cobertor curto, a que Josias se refere, também está incomodando os vereadores de Salvador, que também já reclamaram do secretário.
Geladeira vazia
Os novos tíquetes-alimentação da Câmara de Vereadores de Salvador estão dando dor de cabeça. Com mais restrições, os servidores agora precisam pelejar um lugar que aceite o valoroso papel. Quem passou por uma situação constrangedora foi o vereador Sabá. Foi ao supermercado fazer as compras do mês e encheu o carrinho. Chegou ao caixa e foi avisado que o tíquete não era aceito no local. Deixou as compras no carrinho e voltou de mãos abanando.
Enfim... apareceu!
A vereadora Cátia Rodrigues (PROS) enfim apareceu e mostrou para que veio. Com um mandato apagado na Câmara de Vereadores, após a polêmica do projeto do dia “Antiaborto”, ganhou toda mídia necessária e importante para um ano pré-eleitoral. Tinha vereador afirmando que o PL dela foi um soco na veia da oposição. A parlamentar municipal afirma que brigará com unhas e dentes pela aprovação da proposição.
Doce republicano
E o PR agora está fazendo “o doce”. Rejeitou os cargos oferecidos pelo governo – duas diretorias da Conder e duas da Embasa - e quer, por que quer uma secretaria. Estão ensaiando uma aproximação com ACM Neto (DEM) na tentativa de pressionar Rui Costa (PT), mas tudo indica que se não se ajeitarem logo com o petista, poderão sofrer o mesmo caminho que o PDT sofreu.
Arrependimento
Por falar em PDT, é forte o comentário de que o deputado Félix Mendonça Jr. (PDT) não está de vento em popa com ACM Neto (DEM). Fala-se até em arrependimento. O foco dele pode não ser esse agora, mas sim as eleições futuras dentro do partido, na qual Marcelo Nilo (PDT), presidente da Casa, quer partir para cima e destituir seu poderio dentro sigla na Bahia.
Polvo pedetista
Emendando o assunto de Marcelo Nilo, após a presidência da Assembleia, várias indicações de aliados a cargos do governo e indicação aos Tribunais de Contas e agora articulações para presidência do PDT, qual será o novo cargo de presidente que ele brigará?
Insatisfeitos na Alba
A reclamação é velha, mas é geral: deputados estão inconformados com os travamentos de análises e votações de projetos de lei de autoria deles na Assembleia Legislativa. Alguns já ameaçam em até partir para cima. A Casa se tornou, praticamente, um feudo do Executivo, cujos projetos votados e apreciados de forma rápida só são os vindos da governadoria. Apesar da tentativa de Nilo de criação da comissão para analisar as proposições e dar agilidades, muitos não estão colocando fé e até colocam em xeque a forma como o pedetista conduz os trabalhos. Sinal amarelo para a possível “rereereeleição” dele para a presidência por mais dois anos.
Sempre o PT
Se até o nome do ex-secretário estadual de Saúde, Jorge Solla, está sendo colocado no páreo como possível candidato à prefeitura de Salvador pelo PT, é bom os partidos aliados botarem a barba de molho. No caso da deputada federal Alice Portugal, do PCdoB, cujo nome vinha se destacando, essa não será a primeira vez que terá de "desistir" e morrer na praia.
Mergulho estratégico
Após o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa confirmar em depoimento na CPI, que Mario Negromonte, participou do esquema de desvios de dinheiro da estatal, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado tomou doril e desapareceu. No mundo da política até os aliados comentam que o “mergulho” foi estratégico e que Negromonte não é encontrado nem pelos familiares mais próximos.
Sem Solidariedade
Integrantes da Força Sindical passaram horas na quarta-feira nas tribunas da Câmara dos Deputados vaiando deputados que defendiam a MP 665. Em determinado momento, derrubaram no plenário centenas de cédulas com a face da presidente Dilma Rousseff, e passaram mais de 10 minutos berrando palavras de ordem como "fora PT". Levaram bastante tempo para ser tirados do local por ordem do presidente Eduardo Cunha. Entretanto, semanas atrás, quando houve a votação do PL 4330, integrantes da CUT foram recebidos com repressão da Polícia Legislativa e, dias depois, encontraram o Congresso Nacional cercado pela polícia e com tapumes em diversas entradas da Casa por ordem do mesmo presidente. Apenas para lembrar, a CUT está ligada ao governo. A Força Sindical, ao Solidariedade, partido das primeiras fileiras da oposição.

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