Na Sombra do Poder: Triângulo amoroso de Carballal e a correria eleitoral do PTN

Apesar de ter dito ao Bocão News que o "coração dele era verde", o vereador Henrique Carballal (sem partido) também anda cortejado pelo PMDB.  O PV ou o PMDB são os dois prováveis caminhos. Os caciques peemedebistas não negam que ocorreram os convites e nem o próprio parlamentar municipal desmente. Carballal pode ir para o ninho peemedebista pelas mãos dos irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima e do secretário Bruno Reis, provável vice de ACM Neto (DEM) para 2016, e que está na linha de frente do prefeito nas articulações das mudanças das siglas na Câmara de Salvador. 

A corrida eleitoral não começou oficialmente, mas tem vereador soteropolitano que já anda dando bandeira quando o assunto é reeleição. Quem largou na frente, dia desses, foi Alfredo Mangueira (PMDB). Em meio à polêmica envolvendo o aplicativo Uber em algumas cidades brasileiras, o edil soteropolitano tratou logo de tentar barrar a ferramenta por aqui e apresentou um projeto de lei na Câmara Municipal para beneficiar os “taxêros”, como ele mesmo define. Pudera! Só na capital baiana, são sete mil profissionais.

Quem também faz a linha “angelical” é o social-cristão Paulo Magalhães Jr. No início da semana, o vereador chamou a categoria para o debate, a fim de discutir medidas de segurança pública e combate à violência contra os taxistas. Faz bem em pensar nos profissionais, mas, a julgar pelo potencial eleitorado, assim fica ‘easy, easy...’

Pelo que se comenta é que nos corredores da Câmara, na sessão de terça-feira (18), vários assessores começaram a ter certeza de que existe uma briga por ciúmes entre Leo Prates (DEM) e Claudio Tinoco (DEM) pela predileção de ACM Neto. Apesar de mais próximo ao prefeito, Prates tem demonstrado não aceitar que ninguém ‘encoste’ no Palácio Thomé de Souza. O presidente da CCJ, inclusive, está nas articulações das trocas de cadeiras na Câmara de Salvador. Tinoco, mais contido, só fica observando.

Após o prefeito ACM Neto anunciar o secretariado e assumir a gestão, em janeiro de 2013, havia uma expectativa de que, num segundo momento, a área de Esportes teria uma secretaria específica e não atrelada a nenhum outro tema. Passados os primeiros, segundos e terceiros momentos da administração, o diretor municipal de Esportes, Téo Senna, líder do governo na gestão de João Henrique, externou toda a sua frustração. Em audiência pública para discutir apoio ao boxe baiano, na Câmara, o ex-vereador e ex-jogador de futebol da dupla BaVi cobrou de Neto mais valorização para o Esporte. “É uma área muito importante, que ajuda na inclusão social de jovens. Precisaríamos de mais verba, de mais apoio, para fazer um trabalho melhor. É uma pena que não tenhamos, em Salvador, uma secretaria específica para o Esporte”.

Se a ferrenha opositora ao prefeito ACM Neto, Aladilce Souza (PCdoB), já critica a gestão mesmo quando não tem muitas brechas, quando as tem então... Também presente no evento que discutiu o apoio ao boxe de Salvador, como num jogo de voleibol, a comunista aproveitou a bola levantada por Téo Senna e tratou de cortar. Com força e sem pena. “Quero parabenizar o secretário de Esportes, Téo Senna, pelo discurso. Ops! Secretário não. Diretor! A prefeitura de Salvador não tem uma secretaria específica para uma área tão importante”, ironizou.

Passada de gerações em gerações na Câmara de Vereadores, a sessão solene em comemoração ao Dia do Outdoor foi motivo de rebuliço nos bastidores da política e o vereador Geraldo Jr. (SD) foi o protagonista. Em recente comentário em seu programa de rádio, o membro do solidariedade afirmou que pessoas andam "inventando" histórias sobre o caso ao propagar que ele plagiou seus antigos colegas de Casa. O parlamentar municipal pegou ar pesado. Pelo histórico, quem inaugurou a solenidade foi o vereador Sandoval Guimarães (PMDB) que passou o bastão para o vereador Tiago Correia (PTN). O petenista, quando se licenciou para assumir a Limpurb, deixou Geraldo a cargo de dar prosseguimento a "tradição" na Câmara.

Por falar em Geraldo Júnior (SD), pelo que se sabe nos corredores da Câmara, ele e o vice-líder do prefeito ACM Neto (DEM), Léo Prates (DEM) não se bicam. Existem questões internas em que ambos discordam e o mal estar é evidente. Comenta-se que o caso do Regimento Interno, que saiu da alçada da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) e foi parar no Colégio Líderes, foi por conta  de um possível "racha".

Nesta terça-feira (18), durante a sessão da Câmara de Salvador, o que chamou de todos os presentes foi o corte de cabelo do presidente da Casa, Paulo Câmara (PSDB). Com um cabelo bem aprumado, o tucano surgiu com as madeixas lambidas a lá menino criado por vó. Todos os vereadores caíram na marcação cerrada. "Ele sempre é o que tia mais sarro da gente aqui", brincou. O gel, dos tempos da brilhantina, realçou.

Uma corrida eleitoral já vem se antecipando dentro do PTN. E não é só para as eleições em 2016. Já se fala em 2018. Após a debandada de vereadores em Salvador, dois deputados estaduais devem sair da legenda, como já foi adiantado por este site: Alex Lima e Alan Castro. O que mais tem incomodado os parlamentares é a falta de compromisso dos irmãos Bacelar, que a todo o custo, já estão num corre-corre para fazerem suas bases no interior do estado.

De posse da direção do Detran, Maurício Bacelar tem utilizado a máquina pública para ganhar novos rumos no interior do estado. Para isso tem ‘convencido’ as bases dos deputados peteenistas a o apoiarem em uma candidatura a deputado estadual em 2018. Ao que tudo indica, ele será o único a disputar uma cadeira a Assembleia Legislativa da Bahia pelo PTN, já que as insatisfações são imensuráveis.

Não adianta o vereador Antônio Mário dizer que as notícias da sua saída do PSB são inverídicas. Ele vai mesmo deixar a legenda socialista. E até o partido já se prepara para isso. Lá, ninguém será pego de surpresa. Antônio Mário que se cuide. Ou vai para o Partido Liberal ou pode perder o mandato.

Se a visita da presidente Dilma Rousseff a Salvador, na última sexta-feira (14), era esperada para servir de ‘termômetro’ após queda em sua popularidade, muita gente ficou frustrada. Isso porque não houve manifestação popular real. Quem participou do lançamento do programa Dialoga Brasil foi escolhido a dedo pelo Governo do Estado. Claramente, muitos gritos de apoio, palavras de ordem e repulsa às críticas da oposição. Corpo-a-corpo mesmo não existiu.

E o senador Walter Pinheiro fez uma rápida e possível última aparição dentro da legenda petista durante evento com a presidente Dilma Rousseff, em Salvador, na semana passada. Questionado se sua presença confirmava sua permanência na legenda, ele foi enfático ao dizer que estava ali para defender o Brasil e não a sua permanência. As tratativas para ingresso de Pinheiro no PDT andam de vento em popa. 

O prefeito ACM Neto foi só alegria ontem no Forte São Diogo após tomar conhecimento da lista com nomes de possíveis concorrentes que o PT elaborou, após os petistas decidirem que terão candidatura própria em 2016. Wagner e Pinheiro, que ontem soltou um "Peremptoriamente, não!" nas redes sociais, ficaram de fora da lista. Os indicados foram: Nelson Pelegrino (rumo ao penta), Valmir Assunção, Gilmar Santiago, Yulo Oiticica, Carlos Martins e Jorge Solla. Provocado a avaliar o desempenho dos possíveis concorrentes, Neto juntou a inspiração do Forte, construído para impedir o desembarque de invasores no único porto seguro existente na entrada da Baía de Todos os Santos, com os ensinamentos que disse ter vindo do berço. "Aprendi desde que nasci que não devemos escolher adversários", resumiu.

Botando pimenta no acarajé, um democrata disse apostar que o candidato do PT em Salvador será o deputado federal Jorge Solla. Com a sua candidatura e a derrota certa, conforme previsões do aliado do prefeito ACM Neto, o governador Rui Costa teria a oportunidade de se vingar do "fogo amigo" que enfrenta junto com o secretário de Saúde Fábio Villas-Boas, que já deve ter envelhecido uns 10 anos desde que assumiu a Sesab, há sete meses, só com as investidas de Solla.