Na Sombra do Poder: O esquema tático dos times com Rui e Neto

Ringue
Não chegou a ser um nocaute, mas o árbitro abriu contagem para o governador Rui Costa e seu time “correria” após o jab do prefeito ACM Neto (DEM) entrar na guarda baixa: o jab em questão foi sim o anúncio do Centro de Convenções. Todo o discurso da oposição ao demista de Salvador soou, neste ringue, como choro de derrotado. 

Time em campo 

"BISCOITEIRO"

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A equipe de Rui Costa, e ele próprio, é correria. O petista habitualmente faz comparações futebolísticas para narrar situações políticas. Pois bem! O time dele estava armado para jogar o futebol moderno de vigor físico, com respeito tático e muita velocidade (correria). Contudo, o Brasil sempre se notabilizou pela escola do camisa 10. Aquele meia esquerda que desequilibra. A Rui falta um. Neto tem Bellintani. 

Com a palavra, o técnico...
Por falar em secretariado: ninguém entende a permanência de Almir Melo Júnior na gestão municipal. Tele Santana dizia: jogador ruim, melhor não tê-los nem no banco, pois vai chegar o dia em que terá que ser colocado em campo e ai já sabe!

Apagado I

Do outro lado das linhas que dividem as gestões políticas não se pode deixar de falar de um jogador apagado: trata-se de Walter Pinheiro (sem partido). À frente da Educação vem cumprindo o protocolo, mas, dizem fontes deste site, sonha em ver cair em seus pés aquela bola que vem à meia altura para um chute na veia: a vaga para disputar o Senado. Não vai acontecer. Ele é a quarta ou quinta opção para isso. 

Apagado II
No governo de Rui, onde os petistas apenas toleram Pinheiro em respeito ao próprio governador que o escalou, o que se diz é que ele vai permanecer discreto, fará campanha para o petista e tentará manter-se no primeiro escalão.

O momento, a hora e o lugar

Voltando ao Centro de Convenções: o secretário Guilherme Bellintani projetou o Centro de Convenções Municipal, e o lançamento, contam fontes deste site, foi feito no momento escolhido pelo prefeito Neto como oportuno politicamente. Ora, Rui Costa estava jogando sozinho com as obras do metrô e outras intervenções na capital. Mas o interessante nesta história, que é o que muita gente quer saber, é quais são os seis ou sete grupos com expertise que se preparam para assumir o equipamento.

Monogamia 
Nesta linha, canta a pedra: 'com quem será? Com quem será? Que o Centro de Convenções de Neto vai casar…' há quem diga que quando filtrar mesmo a relação será monogâmica e foi o pai (Neto) escolheu o “marido”. Mas vai ter licitação! Estamos de olho!

Vai pipocar! 
No outro núcleo da política baiana, está a crise dos Vieira Lima. Não se engane, circula em alta velocidade nas rodas brasilienses que Lúcio Vieira Lima está muito próximo de estourar tudo e todos. O que se diz é que o deputado federal está se sentindo traído por muita gente que precisou e sentou-se com ele para dividir café, almoço e janta. Se Lúcio explodir, não sobrará pedra sobre pedra em Salvador e tampouco no Distrito Federal.

Todas em polvorosa

Gustavo Ferraz já falou. O ex-assessor dos Vieira Lima e ex-diretor de Neto em Salvador partiu para outra frente no campo das colaborações, conforme informações chegadas ao BNews. Ferraz falou no nicho econômico. As empreiteiras estão em polvorosa. Aquela turma que vivia comendo nos requintados restaurantes da Bahia Marina, frequentavam o tradicional e sempre gourmet japonês daquele logradouro, começaram a se esquivar de lá. Duas lanchas, inclusive, não atracam mais naquele porto outrora seguro.

De olho nas PPPs
Como toda moeda, menos a do ‘Duas-Caras’, tem duas faces outros empresários, mais jovens, estão dedicados em abocanhar as PPPs e concessões feitas pelo Estado e pela Prefeitura. As reuniões acontecem, entre outros lugares, no luxuoso Hotel Emiliano. Dá um google ai e veja quanto é uma diária no hotel paulistano.

Mamão com açúcar

O torcedor fanático do rubro negro na Câmara de Salvador, Kiki Bispo, na sala do presidente da CMS, Léo Prates (DEM), não foi poupado da gozação do fim de semana após a derrota por 2 a 1 do Bahia. O mamão com açúcar foi servido pelos tricolores na hora do almoço. 

Ausências sentidas
A passagem do governador Rui Costa (PT) por Jequié no início da semana teve duas ausências notadas. Sabe-se lá por quais motivos, mas o deputado Marcelo Nilo (PSL) não compareceu ao ato em que foi entregue uma ambulância com emenda parlamentar sua para o município de Manoel Vitorino. O secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas, faltou, por sua vez, à inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Esse, em missão internacional nos Estados Unidos, ao menos enviou o número dois da Sesab para sua representação.

Ainda sobre Jequié...

Por falar em Rui Costa, o petista recebeu título de cidadão de Jequié na última segunda-feira (23). A cidade é a terra natal da sua esposa, a primeira-dama Aline Peixoto. Mas foi outro jequieense que ele alfinetou: César Borges. Ao inaugurar a UPA, disse que outro dia encontrou o ex-governador e falou na lata: você já perdeu o título de governador que mais fez por Jequié. Resta saber se não haverá ciumeira das outras 416 cidades baianas.

Bip Bip

Quem assistiu o Papa Léguas na TV sabe que sempre há um coiote a sua espera tentando pegá-lo, mas como a correria é tamanha, o Papa Léguas sempre leva vantagem. Não se sabe se foi nesse contexto, mas em Ubatã, Rui recebeu um quadro  com uma montagem na qual ele é representado pelo animal. Não perdendo a chance de alfinetar os adversários, o petista largou sobre os coiotes: “São alguns coiotes: é coiote baiano, é coiote do governo federal, que estão tentando impedir que R$ 600 milhões venham para o interior da Bahia, para fazer estradas. Mas a simbologia do Papa-Léguas vai nos ajudar a ir driblando o Coiote, e a Bahia e os baianos não serão pegos pelos coiotes, mesmo aqueles que tramam contra o estado da Bahia”. 

Azedou 
A bancada de oposição desistiu de dar andamento na CPI da travessia Salvador/Mar Grande. Mais uma vez, o deputado Samuel Júnior não assinou e os oposicionistas ficaram com as 20 assinaturas. Precisavam de 21 rubricas. Segundo alguns deputados, Samuel pediu um prazo a mais para “decidir” o voto, porém o a maioria já dá como certo que ele não assinará. Os parlamentares o acusam de barganhar o “voto”.

Efeito Centro de Convenções
E o anúncio do novo Centro de Convenções que será feito pela prefeitura repercutiu de imediato na Alba. Além dos discursos inflamados no plenário, dos aliados de Rui e Neto, nos corredores e salinha do cafezinho o que mais se ouvia é “ECC”, Efeito Centro de Convenções. Motivo de nervoso para base do governador e piadinhas da base do prefeito. Teve até deputado cantando em plenário, comemorando o “gol da prefeitura” e “pirraçando” os opositores à Neto.

Tal avô, tal Neto I
A celeuma entre Salvador e Lauro de Freitas é antiga! Muito antiga! E remete, principalmente, desde os tempos da Ditadura Militar no Brasil, com as indicações dos respectivos prefeitos na  Bahia. A história conta que foram golpe atrás de golpes depois do de 64:

1. A Base Aérea de Ipitanga, junto com o Aeroporto, se localizavam em Lauro de Freitas, mas interesses quiseram usurpar tais equipamentos para a capital baiana.
2. Foi ACM, o original, que em 1969, travou uma batalha pelo aeroporto, antes de Lauro. Para isso até cassar o prefeito Amarílio Tiago dos Santos pela Câmara isso foi feito e a cidade passou por quatro interinos.
3. Em agosto de 69, se concretizou e a Assembleia Legislativa do Estado aprovou, com o apoio do governador Luiz Viana Filho e dos militares, a lei que incluiu o aeroporto como pertencente ao município de Salvador e retirou aproximadamente 60% (sessenta por cento) do território original de Lauro de Freitas, passando assim a ter uma área de somente 57,66 km². 

Tal avô, tal Neto II
A história se repete. Dessa vez ACM, o Neto, quer pegar áreas de Lauro de Freitas para seu feudo. Mesmo tendo os estudos da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmado que os bairros em questão pertencem ao município de Lauro, o prefeito de Salvador se utiliza de todos os artifícios para tomar de assalto o que claramente não está dentro dos limites da capital baiana. Com a palavra, agora, a Assembleia Legisaltiva da Bahia.