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Na Sombra do Poder: a volta dos que não foram

Arquivo BNews / Reprodução / Nilson Bastian / Câmara dos Deputados
Os bastidores da política baiana  |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews / Reprodução / Nilson Bastian / Câmara dos Deputados

Publicado em 22/03/2018, às 05h50   Editoria de Política


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A escolha

O deputado estadual Luciano Simões foi o primeiro de três (ou quatro) a deixar o MDB da Bahia. O que está em curso é uma tática elaborada, conforme apurou a coluna, para isolar Lúcio Vieira Lima. O problema é que até semana passada a ideia era pressionar o deputado federal para que ele deixasse o partido. Em conversa com a coluna, Lúcio saiu-se com duas declarações:

— Como dizia Tancredo Neves: empurrando não vai;
— A hipótese de eu sair do MDB é zero.

Aposta

Lúcio afirma que não há razões para deixar o partido. Diz que só foi filiado ao MDB a vida toda, que continua recebendo prefeitos, trabalhando em Brasília e que a estrutura do partido está montada. “Não tenho porquê deixar o MDB”.

Interlocução 

Outro emedebista ao comentar as especulações sobre a pressão revela: quem poderia pedir para Lúcio deixar o partido, não pediu. 

Já na AL-BA

Na casa de apostas, o caminho mais provável é que Hildécio e David Rios anunciam a desfiliação na segunda (26). Leur Lomanto Júnior em seguida. Pedro Tavares, presidente estadual, está dividido e pode sair ou ficar, se decidir pela primeira opção deve apagar a luz da legenda na Assembleia Legislativa.

A volta…

E depois de muitas idas e vindas sem sair do lugar, Ronaldo Carletto resolveu ficar no PP. Foi convencido e se convenceu de que o tamanho político se mede no real, não na moeda, mas na leitura da realidade.

...dos que não foram

Roberto Britto, também deputado federal (mas candidato a estadual), decidiu ficar. Manassés e Alan Castro foram para o PSD. Desta forma, o PR não ficaria tão inflado ao ponto de ser colocado à mesa como legenda grande na Bahia. 

Mas continua a paquera

Se por um lado Carletto resolveu ficar no PP, por outro, o PR ainda pode ir para a base de Neto. Dizem que o presidente estadual da sigla, José Carlos Araújo, contava (e muito) com a ajuda prometida por Carletto. Não tendo ela, será necessário buscar outro alicerce. No grupo de Rui, Araújo tem problemas públicos com Otto Alencar, talvez o caminho esteja em mudar de ares.

Era uma vez

Não chega a ser conto de fadas, mas o castelo estruturado no PSL baiano pelo ex-presidente da AL-BA Marcelo Nilo desmoronou com a derrota na reeleição. Agora, acaba de ruir na Bahia. Nelson Leal vai sair e José Trindade também. O primeiro, deputado estadual respeitado na Casa, tem um leque de possibilidade para escolher. Já o segundo, está de malas prontas para o Podemos.

Podendo

O problema do Podemos é a, digamos, mão de ferro de quem o controla na Bahia. Os irmãos Bacelar não dão mole para ninguém e não abrem nada para os correligionários. Como a relação de Trindade é direta com o Palácio de Ondina, isso pode ser contornado.

Martelo batido

Prova de que o Podemos não é um partido democrático é a saída do deputado estadual Alex Lima. Ele anunciou que deixaria as fileiras do Podemos e sacramentou a ida para o PP. Os progressistas estão em vantagem nesta janela partidária já que além de não perderem Carletto, receberam mais um parlamentar em suas fileiras.

Leão na vice

Apesar de ter mais de 70 anos e vigor de um “meninão”, é sabido que o vice-governador João Leão não quer a vaga do Senado na chapa de Rui Costa. O governador, pelo que se sabe, inclusive, o prefere como vice. Agora só falta bater do martelo para Angelo Coronel (PSD) sossegar, se é que realmente vai ficar com a vaga.

Vem, Nilo

Leão afirmou, em entrevista na Itapoan FM, que teve um encontro com Nilo Coelho (PSDB). Um chamou o outro para ingressar no grupo que está. Leão seria bem recebido no grupo de Coelho com ACM Neto. Mas Coelho seria bem recebido no grupo de Leão com Rui? A fauna “tá de boa”, mas os habitats são bem distintos. 

Incomum 

Com Leão com Rui e seu filho Cacá com proximidades com ACM Neto, ainda na entrevista da Itapoan FM, o vice-governador negou que estaria acendendo a vela para dois senhores após provocação sobre o assunto. Na política essa articulação é conhecida para ficar a favor do poder: quem ganhar está colado para colher as benesses. O chefe da Seplan negou essa intenção. Falou que é uma nova forma de fazer política. Só se for no PP, MDB, PSD... porque outros partidos como PSDB, DEM, PT, PCdoB isso não é muito comum. 

Questões

Indagado, por fim, sobre uma possível intervenção do PP nacional no PP da Bahia, Leão foi curto e direto: “uma grande interrogação”.

Mudanças 

A prefeitura deve realizar movimentações no primeiro escalão. As mobilizações vão além daqueles que sairão candidatos nas eleições deste ano. O jogo pode promover trocas inesperadas. 

Anote

o MDB pode romper com Neto e lançar candidato a governador por contra própria. Se o jogo será casado com o prefeito como foi Alice Portugal e Isidório nas eleições de 2016 em Salvador, não se sabe. O fato é: os Vieira Lima não vão se deixar atacar sem devolver.

Revolta dos buzus

Não é de hoje que a turma dos consórcios dos ônibus de Salvador está revoltada com o prefeito ACM Neto. Além da outorga bastante salgada, o não reajuste nas tarifas deixaram o alto escalão do Setps enfurecido. Fontes do BNews dão como certa uma debandada da turma no serviço básico local e tem gente do setor ameaçando pedir recuperação judicial. A coisa vai ficar feira para a pasta do secretário Fábio Mota.

Pesquisa positiva

Na semana passada, diziam os aliados de Neto que falta receber o resultado de uma pesquisa para o prefeito respaldar sua decisão. Se o levantamento chegou à mesa do presidente nacional do DEM ninguém comenta, mas o fato é que ele está mais propenso a se candidatar. Quem esteve com o prefeito diz que a semana está positiva. 

Montanha russa

O problema é que em pouco tempo muita coisa pode mudar na política. Se o PR não for e o MDB ficar como está, Neto terá que se desdobrar para recuperar o tempo de televisão e fundo eleitoral. Não é pouca coisa ficar sem dois partidos com vultosas condições de disputa.

Classificação Indicativa: Livre

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