Política

Nunes Marques se aproxima de Lula e preocupa bolsonaristas; entenda

Gustavo Moreno / STF
Bolsonaristas contavam com Marques como um apoiador, especialmente em decisões favoráveis ao ex-presidente  |   Bnews - Divulgação Gustavo Moreno / STF

Publicado em 10/03/2024, às 17h08   Cadastrado por Edvaldo Sales


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O ministro Nunes Marques, que está à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições de 2026, intensificou relações com figuras chave do governo atual, gerando preocupações em bolsonaristas. As informações são do O Globo. 

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Situado no Supremo Tribunal Federal (STF), o gabinete da próxima liderança do TSE, notável pela sua intensa atividade, tornou-se ponto de encontro para advogados em busca de audiências. Com quase três anos de atuação no STF, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Nunes Marques tem, recentemente, aproximado-se do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Essa nova direção deixa apreensivos os aliados de Bolsonaro, que contavam com Marques como um apoiador, especialmente em decisões favoráveis ao ex-presidente, como a rejeição à inelegibilidade de Bolsonaro. O alinhamento de Nunes Marques com o governo Lula, assim como seu fortalecimento de laços com o ministro Gilmar Mendes, sinaliza mudanças que inquietam seus antigos aliados.

Ainda de acordo com o jornal, Marques não apenas fortaleceu sua conexão com o Planalto, mas também influenciou a nomeação de aliados em tribunais federais, decisões essas que cabem ao presidente. Recentemente, promoveu a escolha de João Carlos Mayer Soares para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, indicando um aumento de sua influência.

É importante pontuar que a aproximação entre Nunes Marques e o governo tem raízes em relações políticas, incluindo sua amizade com Wellington Dias, ex-governador do Piauí e atual ministro do Desenvolvimento Social, e se solidificou com o estreitamento de laços com Gilmar Mendes, membro influente do STF. Apesar de desavenças passadas entre Marques e Mendes, uma reconciliação foi mediada por Guiomar Mendes, culminando em um jantar que amenizou as tensões.

Os afagos entre o ministro e Lula ficaram mais evidentes no final de 2023, quando o presidente prestigiou nomes apoiados por Nunes Marques para a promoção em tribunais, ligando para informá-lo. 

Na posse de Paulo Gonet à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), em dezembro, os dois se falaram por alguns minutos. O presidente perguntou ao ministro como havia ocorrido a recuperação da cirurgia no quadril a que ele foi submetido - o chefe do Executivo havia passado por procedimento semelhante.

Para além dos acenos políticos, casos importantes para o Planalto estão no gabinete de Nunes Marques. Um deles é a ação em que o Executivo questiona a redução do poder de voto da União na Eletrobras. Em um primeiro movimento, considerado pró-governo, o ministro encaminhou o caso para ser solucionado pela Câmara de Conciliação e Arbitragem da Administração Federal, da Advocacia-Geral da União (AGU).

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