Olívia Santana quebra silêncio sobre letalidade policial contra negros na Bahia

Um levantamento publicado pela Rede de Observatórios da Segurança Pública na última quarta-feira (16) indicou que 98% das vítimas de mortes violentas em operações da Polícia Militar do Estado da Bahia são pessoas negras - sendo o maior percentual de todo o Brasil. A Rede utiliza, como critério, as definições do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considera a população negra a soma das pessoas pretas e pardas.

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O levantamento foi realizado com dados de 2021 e apurou que, das 616 pessoas mortas no período e que tinhas registro de raça ou cor, 603 eram negras. É o Estado com maior letalidade policial em todo o Nordeste e, em números absolutos, só fica atrás do Rio de Janeiro, que registrou 1060 mortes de negros no mesmo período.

Salvador tem números ainda piores, com 99,6% dos mortos em operações policiais sendo negras: das 241 vítimas com registro de cor e raça encontradas pela Rede, 240 eram pessoas negras.

Deputada estadual reeleita, Olívia Santana (PC do B) comentou os números nesta quinta-feira (17). A três dias do Dia da Consciência Negra, a parlamentar lamentou os números e declarou que é necessário que esses números sejam expostos antes de pedir para que a política de segurança pública seja refundada no Brasil.

"Não é possível essa banalização da morte de pessoas negras, a agressividade e violência de forças de Estado, que deveriam proteger e acabam fazendo essa situação de matança sumária", afirmou a deputada.

"Isso virou uma cultura que coloca em risco de morte qualquer pessoa negra. O racismo vai desde a violência simbólica à violência letal, e está ipmregnado nas instituições de Estado", completa Olívia Santana, que ainda declarou ser necessário superar o racismo dentro das forças policiais.