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PF expõe lacunas de relatório usado na prisão dos suspeitos de terem mandado matar Marielle Franco; saiba detalhes

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Sem 'prova cabal', relatório da PF revela, entre outras coisas, local de descarte das munições usadas no crime  |   Bnews - Divulgação Divulgação / PF
Tácio Caldas

por Tácio Caldas

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Publicado em 26/03/2024, às 06h50


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O relatório da Polícia Federal (PF) utilizado no mandado de prisão dos suspeitos de terem ordenado a morte da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) revela detalhes sobre o caso. Apesar de não apresentar 'provas cabais' do encontro dos suspeitos, Domingos e Chiquinho Brazão com o ex-delegado Rivaldo Barbosa, o documento aponta para outras questões relacionadas ao inquérito. Vale lembrar que, após relatos na delação premiada de Ronnie Lessa, os suspeitos foram detidos no último domingo (24).

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Essas provas, indicam a origem do veículo clonado usado no homicídio, bem como o local de descarte das munições usadas no crime, corroborando com o fato do delator ter falado a verdade. Apesar disso, neste relatório, a PF relata algumas dificuldades para comprovar alguns pontos da delação de Lessa devido ao tempo da realização do crime. O documento também indica que essas dificuldades estão relacionadas ao envolvimento de agentes capazes de encobrir os rastros e dificultar as investigações.

Diante do abjeto cenário de ajuste prévio e boicote dos trabalhos investigativos, somado à clandestinidade da intervenção perpetrada pelos autores mediatos, intermediários e executores, se mostra bem claro que, após seis anos da data do fato, não veio à tona um elemento de confirmação cabala sobre aqueles que conceberam o elemento volitivo voltado à consecução do homicídio de Marielle Franco e, como consequência, de seu motorista Anderson Gomes. Neste sentido, a concatenação dos fatos trazidos pelos colaboradores, notadamente Ronnie Lessa, e a profusão de elementos indiciários revestidos de um singular potencial incriminador dos irmãos Brazão são aptos a atribuir-los a autoria intelectual dos homicídios ora investigados", diz um trecho do relatório da Polícia Federal.

A PF também descobriu uma ligação entre Lessa e a família Brazão. O delator teria conhecido os irmãos entre 1999 e 2000 e desde então manteria contato com eles. Além disso, uma troca de mensagens entre eles sobre uma suposta regularização de condomínios irregulares, comprovaria esse contato entre o delator e os irmãos. 

Já ao ex-delegado, a Polícia Federal atribui às supostas tentativas de impedir a investigação de seguir o seu percurso natural. Para isso, a PF faz a conexão entre Rivaldo Barbosa e o seu sucessor Giniton Lages, responsável pelo inquérito e falhas na análise das imagens obtidas após o crime. Ainda sobre ele, o relatório descreve algumas movimentações financeiras atípicas para a realidade de Barbosa, de sua mulher e de duas empresas as quais era sócio. Apesar disso, até o momento, não há relação entre o ex-delegado e a família Brazão.

O QUE DIZEM OS SUSPEITOS?

Detidos no último domingo (24), Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa negam envolvimento no caso. Vale lembrar que os irmãos Brazão, supostamente, seriam os mandantes do crime enquanto Barbosa teria sido o responsável garantir a impunidade aos envolvidos e atrapalhar as investigações.

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