Política

Dilma é derrotada e processo do impeachment segue para o Senado

Publicado em 17/04/2016, às 23h09   Rodrigo Daniel Silva (@rodansilva)


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Em uma sessão que durou quase 10 horas, os deputados oposicionistas conseguiram aprovar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados. Ao todo, foram 367 votos a favor e 146 contra ( confira como votou cada deputado
O processo agora segue para o Senado, onde de fato será analisado se a petista cometeu ou não crime de responsabilidade.“Se o Senado instaurar o processo aí a presidente ficará afastada por até 180 dias e o vice assume neste período. Se não analisarem até este prazo, ela retoma ao cargo.”, explica o procurador do Estado e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Miguel Calmon. 
A votação no Senado será comandada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, e exige votos de dois terços (54 dos 81 senadores) para a condenação. Em caso de absolvição, a presidenta reassume o mandato de imediato. Se condenada, a presidenta é automaticamente destituída e o vice, Michel Temer (PMDB), assume até o fim do mandato. Dilma Rousseff ficará oito anos sem poder exercer cargo público.
Discussão
A sessão que avaliou a abertura do impeachment começou pontualmente às 14h. Primeiramente, os líderes dos partidos discursaram no plenário. O deputado federal baiano Afonso Florence, líder do PT na Casa, fez um apelo "à consciência democrática" e citou as manifestações de rua que ocorrem nesse domingo contra o "golpe". O petista disse ainda que achava que a Comissão Especial teria funcionamento imparcial, mas essa percepção, segundo ele, foi mudando com o tempo. Para o congressista, o objetivo da chapa "Temer-Cunha" é "parar as investigações" da Operação Lava Jato.
No lado oposto, ao defender o impeachment, o líder do PSDB na Câmara, deputado federal Antonio Imbassahy, criticou, no início deste domingo (17), a "corrupção sistêmica e desenfreada" do governo. "Corrupção não se compara, corrupção se pune.", afirmou. 
Ainda na sua fala, o tucano salientou que PSDB irá votar pelo impeachment porque o Brasil não pode ser governado por uma presidente "desenganada, que maculou o cargo". Imbassahy ressaltou que "estamos diante de um momento histórico" que exige "responsabilidade".
"Vamos escolher o país que queremos daqui para a frente", pontou, frisando que a escolha é entre dar ao Brasil a chance do "recomeço" ou votar pelo "vale tudo e pela corrupção".

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