O governador Rui Costa deu até o fim deste mês para que o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo (PDT), devolva de uma vez para a Secretaria da Segurança Pública cerca de 60 PMs lotados na Casa, de acordo com informações pelo colunista do jornal Correio, Jairo Júnior.
Ainda segundo a publicação, a maior parte deles presta serviços particulares para deputados, quando poderia reforçar o combate à criminalidade nas ruas. Recentemente, Rui discutiu o assunto com Nilo, que se queixou da falta de verbas para colocar vigilantes privados na Assembleia. Saiu do gabinete do petista com a garantia de suplementação orçamentária para contratar uma empresa de vigilância.
O jornal afirma ainda que o que sai mais em conta para o erário do que manter os policiais, que custam R$ 3 milhões apenas com as gratificações privilegiadas concedidas à tropa pessoal dos parlamentares. Fora salários, adicionais, diárias de viagem e despesas com encargos sociais, despesas que quadriplicam o montante gasto. De acordo com um aliado, Nilo já considera praticamente irreversível a dispensa dos PMs. Só restarão os sete que fazem sua proteção pessoal.
Ainda segundo o colunista, a devolução dos PMs para o policiamento, contudo, deve render arestas políticas na relação entre governo e base aliada. Há cerca de dez dias, após sucessivas reuniões com Marcelo Nilo, o comando da Assistência Militar da Assembleia ordenou a devolução de cinco soldados da PM, mas teve que recuar após a forte reação do deputado Carlos Ubaldino (PSD).
A publicação revala também que ao saber que um dos soldados da lista de corte era seu apadrinhado, Carlos Ubaldino reclamou diretamente com Marcelo Nilo, que por sua vez desautorizou a devolução. Assim como Ubaldino, o PM blindado por ele é pastor da Assembleia de Deus, umas das principais fontes de voto do deputado. A previsão para breve é de dezenas de episódios iguais a esse.
Foto: Gilberto Jr. / Bocão News
