Política

Planilha da Odebrecht revela novos valores de caixa 2 para políticos baianos

Publicado em 14/04/2017, às 17h49   Redação Bocão News


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Uma planilha entregue pelo ex-executivo da Odebrecht, Benedito Júnior, aos procuradores da Lava Jato em seu acordo de delação premiada detalha os valores de caixa 2 pagos a alguns políticos baianos. O material foi tornado público pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana pelo ministro Edson Fachin.

De codinome Anão, o prefeito ACM Neto (DEM) teria recebido via caixa 2 na campanha de 2012 exatos 1.810,00 milhão em quatro parcelas. Os valores teriam sido pagos ao intermediário Lucas Cardoso. 

Apelidado internamente na Odebrecht de Bico, o vereador Geraldo Júnior (SD), atual secretário municipal do Trabalho, Esporte e Lazer, é apontado na planilha como receptor de R$ 90 mil não contabilizados em 2012, em duas parcelas. Também vereador, Henrique Carballal (PV) aparece como destinatário de R$ 100 mil e com codinome Buzu.

No caso do deputado Marcelo Nilo (PSL), codinome Rio, a planilha traz dados contraditórios. Ele está listado como candidato a governador no ano de 2012, destinatário de um montante de R$ 180 mil e com status não eleito. A questão é que neste referido ano não houve eleição para governador. Em contato com a reportagem do Bocão News, Nilo reiterou que há equívoco na planilha da Odebrecht ao apontar doação no ano de 2012. Ele lembra que recebeu R$ 300 mil de doação do grupo baiano, mas em 2014. "Recebi R$ 300 mil de forma oficial. Foram R$ 20 mil no dia 3/09, R$ 80 mil no dia 04/09 e R$ 200 mil no dia 01/10 de 2014. Braskem as duas primeiras e a última da Impex Eireli do grupo Odebrecht. Tudo oficial. Declarado no TRE", explicou.

Com codinome Roberval Taylor, o então candidato à prefeitura de Salvador pelo PMDB em 2012, Mário Kertész, teria recebido R$ 400 mil via caixa 2. 

Outro candidato em 2012, Nelson Pelegrino teria recebido de caixa 2 um valor de R$ 800 mil. O petista era apelidado na Odebrecht de Pelé e os recursos foram pagos em duas parcelas a um intermediário que o ex-executivo André Vital disse não lembrar o nome. No depoimento em vídeo liberado pelo STF, Vital fala em R$ 1,3 milhão para Pelegrino, mas a referida planilha faz menção a dois repasses de R$ 400 mil cada.

'Amigo C', Paulo Câmara (PSDB) teria recebido em sua campanha R$ 50 mil oriundos de caixa 2 em 2012 na disputa pelo Legislativo de Salvador. Outro tucano que aparece na planilha é o vereador Tiago Correia, codinome 'Alba', destinatário de dois repasses no valor de R$ 50 mil cada um. 

Com apelido 'Soneca', o ex-governador e ex-vereador Waldir Pires (PT) também teria recebido, via caixa 2, R$ 160 mil em 2012. O montante teria sido pago em duas parcelas de R$ 80 mil cada.

Atualizada às 19h53

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