Política

“Vasculharam minha vida e não provaram nada”, afirma Negromonte

Imagem “Vasculharam minha vida e não provaram nada”, afirma Negromonte
O ministro das Cidades escreveu uma carta aberta à sociedade para desabafar   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 09/09/2011, às 01h03   Redação Bocão News


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Depois de um breve período em silêncio, o ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP) distribuiu uma “Carta Aberta” aos familiares, amigos, companheiros e a quem mais possa interessar. Na correspondência, o pepista defende o seu mandato e afirma que vem sendo vítima de uma “série de reportagens com denúncias sem provas, sem consistência, ilações, que tentam me atingir de forma torpe”, escreveu.

De acordo com o ministro, no meio da turbulência política que acometeu o governo federal, ele foi  envolvido, tonando-se vítima de uma ação orquestrada, que teve como objetivo atingir o governo como um todo. “No afã de buscar culpados e eleger vítimas, os limites da moral e da ética foram ultrapassados, justamente por setores que deveriam ser pautados por esses princípios maiores, que a todos nós devem reger”.

Negromonte revela ainda que as acusações foram refletir em sua família. No filho, deputado estadual Mário Negromonte Júnior e na esposa. Além de colocar a prefeitura de Glória, cidade de onde é natural, como participante de esquemas. Segundo o ministro, “Vasculharam toda a minha vida, intimidaram meus amigos com perguntas que mais pareciam fazer parte de um interrogatório policial. Não encontraram nada. Foram atrás de meus adversários em busca de denúncias. Nada foi provado”.

Confira a carta de Mário Negromonte na integra:

Carta Aberta

Meus familiares, amigos, companheiros, deputados, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, eleitores, cidadãos,

Dirijo-me àqueles que acreditam na verdade, na justiça e aos que acreditam em mim, me deram o voto de confiança e conhecem meu trabalho. Minha vida publica me deu muitas alegrias. São seis mandatos – um como deputado Estadual e cinco como deputado Federal - quatro anos como líder de bancada na Câmara dos Deputados, Presidente da Comissão de Minas e Energia, entre outros cargos importantes, numa trajetória caracterizada pela absoluta honradez em todos os meus atos.

Em mais de duas décadas no exercício da atividade Parlamentar, tenho orgulho de ter viabilizado recursos, através de emendas do Orçamento da União, e vê-los transformados em obras fundamentais para melhorar a vida de meus conterrâneos: casas, poços artesianos, postos de saúde, barragens, estradas, escolas, energia elétrica, água e esgotamento sanitário, principalmente nos municípios que tenho a responsabilidade de representar como deputado federal. Recebo o voto e retribuo com trabalho.

Tudo isso, me permite vir de forma transparente, com muita franqueza e amizade, relatar o que tenho passado nos últimos meses. Tenho enfrentado uma série de reportagens com denúncias sem provas, sem consistência, ilações, que tentam me atingir de forma torpe.

Aceitei o convite da presidenta Dilma Rousseff para exercer a honrosa missão de Ministro das Cidades, com o apoio do meu partido, o Partido Progressista. Tenho dedicado todos os meus esforços para cumprir com dignidade e competência a tarefa que a mim foi confiada. No meio da turbulência política que acometeu o governo federal, fui envolvido, vítima de uma ação orquestrada, que teve como objetivo atingir o governo como um todo.

No afã de buscar culpados e eleger vítimas, os limites da moral e da ética foram ultrapassados, justamente por setores que deveriam ser pautados por esses princípios maiores, que a todos nós devem reger. Mesmo assim, não conseguiram apontar um só procedimento na gestão do Ministério das Cidades, que fosse lesivo ao interesse público.

Uma briga interna de partido, pela disputa da liderança do PP na Câmara, acabou tomando as páginas dos jornais e revistas, provocando muitos mal entendidos. Tenho um jeito nordestino de ser e de me expressar e me orgulho disso, mas por vezes esse jeito não encontra muita boa vontade ao ser interpretado. Posso tropeçar nas palavras, mas nunca na moral e na ética.

Felizmente, tomamos as providências necessárias, juntamente com o presidente do partido, senador Francisco Dornelles, e obtivemos êxito na pacificação da bancada federal e na re-união partidária.

Isso foi muito importante porque essa verdadeira briga entre irmãos só fortaleceu aqueles que sempre ambicionaram tomar conta do

Ministério das Cidades, uma das mais importantes Pastas do governo federal, que permanentemente desperta grande interesse em alguns partidos.

Não apenas eu fui alvo, mas atingiram também minha família e a terra que amo. A prefeitura de Glória foi difamada, minha esposa e meu filho foram atingidos. Como poderia eu, diante de tudo isso me calar. Imaginem o nível de pressão que eu estava sofrendo. Estava saturado, sufocado, revoltado com tanta crueldade e falta de espaço para me defender. Porque a cada reportagem me acusando de algo que não fiz, eu tinha apenas o direito de uma ou duas linhas para apresentar a minha versão, muitas vezes publicadas de forma sarcástica.

Vasculharam toda a minha vida, intimidaram meus amigos com perguntas que mais pareciam fazer parte de um interrogatório policial. Não encontraram nada. Foram atrás de meus adversários em busca de denúncias. Nada foi provado.

Tudo agora foi superado. Sigo em frente, cumprindo a missão que assumi, com dedicação e correção, enquanto a Presidenta Dilma e meu Partido assim o desejarem. Vou continuar seguindo em frente, levando para a minha Terra e para todo o Brasil, casas, água e esgoto, asfalto, calçamento, ciclovia, viaduto, passarela, melhorando o transporte público e a mobilidade urbana.

Quero agradecer as inúmeras manifestações de apoio que tenho recebido por parte de diversos setores da sociedade, dos governos federal, estadual e municipal, do Legislativo e do Judiciário. Aos amigos, agradeço especialmente o apoio e a confiança em todos os momentos.

A vocês, só tenho uma coisa a dizer: sou o Mário de sempre, continuo o mesmo, fiel aos meus princípios, amando minha terra, leal ao meu povo, trabalhando para o meu Estado e para o meu País, priorizando os interesses coletivos. Continuo seguindo o que meu pai me ensinou, atento à moral e à ética, usando a política como instrumento do bem.

Busco sempre orgulhar todos vocês. Quero contar com vocês. Quero pisar no chão da Bahia sentindo que aqui é meu lugar e para cá sempre quero voltar, com a sensação de dever cumprido, o coração leve, cheio de amor, paz e disposição para continuar contribuindo para que juntos possamos construir um futuro melhor para todos nós.

Um grande abraço.

Mário Negromonte

Ministro das Cidades

Foto: Edson Ruiz // Bocão News


Matéria originalmente postada às 18h

Classificação Indicativa: Livre

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