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Fechamento da Fafen na Bahia une deputados de campos opostos

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Fábrica da Petrobras alegou dívida de R$ 200 milhões para fechar as portas na BA e SE  |   Bnews - Divulgação Câmara dos Deputados/Reprodução

Publicado em 21/03/2018, às 06h47   Aparecido Silva


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Nesta terça-feira (20), a Petrobras anunciou o fechamento da sua unidade de indústria de fertilizantes, a Fafen, localizada no Polo Petroquímico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. A decisão também atinge a unidade que funciona em Sergipe. Após o anúncio, políticos que militam na Bahia em campos adversários se uniram contra o fechamento da fábrica.

O deputado federal Paulo Azi, do Democratas, manifestou preocupação e apreensão em discurso na Câmara dos Deputados. "Isso causou uma grande apreensão não só em Camaçari, mas em diversos municípios que têm essa atividade como sendo mola-mestra do seu desenvolvimento, como o município de Alagoinhas. É importante que o presidente da Petrobras venha a público trazer as razões que o levaram a tomar essa intempestiva decisão", cobrou o parlamentar.

"As bancadas da Bahia e de Sergipe estão se reunindo para cobrar do presidente da Petrobras providências no sentido de rever essa decisão que, repito, traz prejuízos à economia da Bahia, à economia do estado de Sergipe. É inconcebível que uma decisão dessa magnitude seja tomada sem que haja uma discussão, sem que haja um debate, e que não ocorra nenhuma negociação para se buscar uma medida alternativa para que nós possamos impedir que uma indústria dessa importância, que gera milhares de empregos, que movimenta toda uma cadeia produtiva, tenha as suas portas fechadas", reclamou.

O deputado federal Bebeto Galvão, do PSB e presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial do Estado da Bahia (Sintepav), classificou como deplorável a decisão do presidente da estatal, Pedro Parente, por ter fechado unilateralmente a Fafen. "Significa um grave ato do presidente da Petrobras contra os interesses econômicos da Bahia, do Nordeste, sobretudo do estado de Sergipe. Ao fechar aquela unidade de fertilizantes, ele vai não apenas comprometer a economia, os empregos dos trabalhadores petroquímicos, mas também incidirá direto sobre a produção de fertilizantes brasileiros para o agronegócio, produzindo, sem sombra de dúvidas, um ato criminoso contra a economia nacional", disparou.

"Pedro Parente não pode, de modo unilateral, desrespeitar as unidades federadas, deixar de dialogar com o Parlamento, deixar de dialogar com os governadores dos Estados, porque este não é um ato qualquer, é fechar uma unidade importante do Polo Petroquímico da Bahia, o que resultará em desempregos. Na minha opinião, é mais uma perseguição ao Nordeste, feita pelo Governo do Michel Temer", apontou Bebeto Galvão.

O petista Nelson Pelegrino, por sua vez, fez uma provocação à bancada ruralista. "O Brasil é o país do agronegócio. Eu quero ver se a bancada ruralista vai ficar silente em relação a isso. Fechar estas unidades é ficar refém das unidades produtoras de países como os Estados Unidos e a China. Estas unidades são fundamentais para a produção de fertilizantes para a agricultura brasileira", disse o parlamentar.

Para Alice Portugal, do PCdoB, na direção da Petrobras está "um cidadão que claramente não tem compromisso com a pátria, que fecha duas unidades da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen), colocando-a em hibernação". "A Fafen é considerada o embrião do polo petroquímico. Foi a primeira empresa daquele grande polo petroquímico. Os fertilizantes são insumos essenciais para a produção agrícola, fato que obriga qualquer nação a tratar sua produção como uma questão de segurança nacional", defendeu a comunista.

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