Política

Possível bate-chapa na AL-BA pode fragilizar articulação política de Rui Costa

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Governador pede unidade na base aliada   |   Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 19/11/2018, às 19h21   Tamirys Machado


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A movimentação do vice-governador João Leão e do seu partido, o PP, para a eleição da presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) pode entregar de bandeja à oposição na Casa o poder de barganha, com a possibilidade do fortalecimento dos partidos que fazem oposição ao governo petista para as eleições municipais de 2020 e, consequentemente, as estaduais, em 2022. 


O lançamento da candidatura de Nelson Leal (PP) e a costura de apoios de partidos como o PCdoB, PDT e PRP, durante a ausência do governador Rui Costa (PT) gerou insatisfação na base, com a iminência de racha interno. O PP afirma que deu início ao processo com o aval de Rui. Outros criticam o comportamento intitulado por alguns parlamentares de “Pôncio Pilatos” do governador, gerando um desgaste interno.


Considerada a “menina dos olhos”, a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) tem um orçamento de quase R$500 milhões por ano.  
Para a eleição, a conta é simples: os oposicionistas à gestão petista asseguraram 17 cadeiras para a próxima legislatura – 18 deputados, se Hilton Coelho (Psol) decidir fazer oposição ao PT. A base de Rui crava 45, a maior já registrada em todos os tempos. 

O PP, com Leal, já soma 17 deputados. Na insatisfação gerada, PT, PSD – as duas maiores bancadas – mais o PSB, do ex-presidente Marcelo Nilo, cogitaram fundir uma candidatura. Somados, as três legendas têm asseguradas 23 assentos na Alba. Em um possível bate-chapa, para chegar aos 32 votos necessários para vencer a eleição, a Minoria, que garante votar em bloco, se tornará o “Rei da Barganha”, favorecendo, principalmente, nomes para a disputa em 2020. 


É o caso do vice-prefeito Bruno Reis (DEM). Possível candidato a sucessão do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), Reis comanda, através de suas indicações quando era deputado estadual, a Fundação Paulo Jackson, administradora da TV Alba, que leva uma boa fatia dos R$520 milhões dos repasses feitos pelo Executivo. 


Além disso, dentre os quatros partidos que já se colocam com candidatos a presidência, o PP é o que mais se aproxima do prefeito ACM Neto, principal líder da oposição na Bahia. Em tempos recentes, o PP chegou a conversar com Neto através do filho de Leão, deputado Cacá Leão que tem bom trânsito com o prefeito de Salvador. 


Independência 
O Legislativo baiano, assim como todos os outros, em tese, é um Poder independente. Mas, a escolha do candidato à presidência Casa, como é de conhecimento de todos, há “dedo” do governador. E isso, não é de agora. Desde os tempos de Antônio Carlos Magalhães, só sentava na cadeira quem o então líder carlista escolhia.


O governador, no entanto, reeleito com 5 milhões de votos (75%), a maior votação da história já registrada na política baiana, expõe uma fragilidade política com a briga interna em seu grupo, principalmente em um momento onde o Partido dos Trabalhadores, enfraquecido nacionalmente após a derrota para Jair Bolsonaro, respira ventos baianos.


Rui Costa chegou de viagem e já teve um tête-à-tête com os deputados. Nas duas reuniões que ocorreram hoje o petista pediu unidade na base.  A ordem é acalmar os ânimos e baixar o tom. 

Com informações da editora Juliana Nobre*

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